Desatina-se com o sofrimento, escapam-se divagações, filosofias e outras tretas de somenos importância que o vento deixa levar sem queixa alguma. Acorda-se no outro dia pronto a travar novas batalhas. Há-de sempre ser assim, a inconstância, a instabilidade, a pequena loucura da montanha-russa de emoções que não passa do espelho de uma vida fragmentada. Contam-se os pedaços e retorna-se, lentamente, a remontar o puzzle, como se estas peças que parecem fáceis o fossem realmente. O caminho é longo, mas eternamente repetido. Esquecem-se as pessoas, porque a memória é curta, que foi só há dois dias que o travesseiro recolheu lágrimas e que o mundo parecia estar todo ao contrário. Sofre-se e alegra-se, ao mais típico gesto teatral. Pergunto-me a mim próprio se a vida não passará disso mesmo, uma eterna e rocambolesca encenação…
O coração esgota-se, esgota-se como o odor do teu cabelo e a brevidade dos teus gestos harmoniosos, cansa-se perante tamanhas demonstrações de graciosidade sem fins previstos pela ordem da lógica. Assim, belos em todo o seu esplendor… Sim, os teus olhos, a tua boca, a tua aura de ancestralidade que me faz pensar por vezes não conviver no planeta desses demais que nos circundam. Fujamos juntos para o céu e para as nuvens, tracemos um rumo diferente de tudo o que soa a ordem e atino. Serias capaz de mudar o mundo? Então e eu?
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