Quero mais mas não posso, desejo mais mas não consigo, sonho mais mas não realizo. Que filme este, de película barata e cinzenta, esburacada e amorfa, sem vontade de alegrar ou de viver. Qualquer coisa divertida? Não existe. Não chega sequer para colorir uma noite vazia, impregnada de suores frios e insónias tardias. Não chega, não convence, não faz a sua viagem. Não vem do país dos sonhos, espalhando rastos luminosos ou arco-íris delirantes. Porque pura e simplesmente não existe. Ou não aparece. Ou não se digna em fazer cumprir o seu destino, juntar-se à sua metade, concretizar o sentido da sua existência. Talvez seja assim, o nada. O vazio assusta. Mas não é ignorado, subestimado. Faz parte da vida, como o fel do mel, o negro do branco, a covinha do teu sorriso que te faz mais tua, digna de si. É assim que te desejo, com defeitos, com manchas, com um passado e um presente, mas sempre com a covinha do teu sorriso, que faz de ti única, perene, incomparável…mas acima de tudo, real…
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