Cheguei, finalmente, ao fim do meu percurso académico. Acabaram-se as aulas e os testes, os professores e os exames, os estudos ao fim-de-semana e os agitados trabalhos de grupo. Festejei com uma bela jantarada, acompanhado pelos verdadeiros amigos, aqueles cuja faculdade foi apenas formalidade para que tivéssemos a oportunidade de nos conhecer. Há contudo neste momento para tantos de alegria imensa, um estranho sentimento de perda ao qual não consigo fazer frente. É como se ao fim de tantos anos de preparação para algo de importante, nos apercebêssemos finalmente que o realmente importante não é o que vem a seguir, mas sim o que se acabou de passar. E sem retorno possível. É, no mínimo, uma sensação estranha, mas não choro ou entristeço. Dou razão a Graham Greene: “no momento da comoção sofre-se pouco.”
Vejo a “Guerra dos Mundos”, protagonizado pelo maluco do Tom Cruise e assinada por baixo pelo velho Spielberg. Bem vistas as coisas, a grande razão que me levou a levantar do sofá e sentar-me nas cadeiras do cinemax. Apesar de não o achar nenhum génio, verdade seja dita que tudo onde o homem mete a manápula costuma ter selo de qualidade. Chego ao fim e reflicto. Bom drama, sem dúvida. Mas esperem aí, drama? Ter-me-ei equivocado na etiqueta? Lamento, mas não. Apesar das espectaculares e visualmente apelativas sequências de acção, o filme nunca se consegue descentrar do dilema de um pai totalmente perdido na sua gloriosa missão em salvar a família. São muito bem conseguidas, diria mesmo que brilhantes, as cenas de pânico, de claustrofobia, de uma quase piedosa comiseração pela espécie humana. Mas desenganem-se os que buscam uma guerra com alienígenas. A única guerra neste filme, é mesmo a do Homem com os seus próprios sentimentos.
PS: Há pôres do sol simplesmente fantásticos, não acham?
1 comentário:
Linda foto, adoro fotos de pores do sol, são realmente lindas.
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