domingo, julho 27, 2008

Batman - The Dark Knight


Vá, as expectativas eram altas. Excessivamente altas, convenhamos, porque o 1.º lugar na lista do IMDB não deve ser coisa para arrebatar assim do pé para a mão, muito mais se a essa transcendência cinematográfica que foi “O Padrinho”. Mas no fim de contas, devo dizer, não me senti defraudado.

O filme é bom, muito bom. Não o melhor de sempre, como é óbvio, mas o melhor de sempre do género, isso parece-me evidente. Christopher Nolan tem mais uma direcção de grande engenho, pormenor e inteligência, na senda de óptimos trabalhos como já havia feito em “Memento”, “Insomnia”, “The Prestige” ou “Batman Begins”. Aliás, já tinha elogiado essa Gotham mais “negra” por aqui. Daí que o desafio fosse ainda maior, mas Nolan consegue transformar um filme de super-heróis em algo muito maior do que isso, bem distante das costumeiras aventuras de entretenimento do género, e conduz-nos através de uma surpreendente e rocambolesca viagem de dilemas morais e reflexões maniqueístas, meticulosa e bem estruturada, capaz de nos encostar às cordas durante toda a extensão do filme.

São também de grande qualidade as sequências de acção (a perseguição Batman-Joker é uma pérola) e as interpretações, principalmente a muito badalada de Heath Ledger, cuja personagem assume mesmo maior protagonismo que o Homem-morcego, relevando para segundo plano o também meritório trabalho de Christian Bale. Expressivo e refinado, Ledger consegue elevar este Joker a uma categoria de vilões nunca antes vista, sem sede de poder ou de dinheiro, mas simplesmente obcecada pela anarquia e pelo caos, e por isso tão aparentemente imparável ou inatingível. A nomeação para o Óscar está à partida garantida. Excelente também a transformação Harvey Dent/”Two-Face”, bem como a abordagem humanista de um Batman cada vez mais próximo da consciência das suas limitações.


Em suma, intenso, “negro” e bem complexo, este Batman – The Dark Knight vale mesmo a pena ver. Não será concerteza o melhor de sempre, mas eleva, sem dúvida, o conceito de filme de super-heróis a um nível nunca antes visto.

sexta-feira, julho 25, 2008

Só para quem esteve lá, no Alaska


Gostei da partida, gostei da viagem no Boguinhas, gostei do buggs bunny ao vento, gostei do gps xpto, dos rissóis e da cenoura à porta do quarto, gostei dos matraquilhos e do karaoke. Gostei de acordar com visitas à janela, gostei da foto-surpresa àquela imagem inconveniente, gostei do pequeno-almoço, da dura caminhada, gostei da cascata refrescante, das fotos, gostei da aldeia submersa, mais fotos, das conversas divagantes, do arroz com carne, da esplanada ao sabor do vento... Gostei da chegada dos reforços, gostei de dar tiros em toda a gente mesmo a pingar de suor, gostei de levar com uma bola de tinta na cabeça, de me arrastar pelo chão sem me importar com isso, de explorar linhas de água e pontos de altitude, gostei de ficar todo rôto e mesmo assim querer mais, gostei daquele banho retemperador, do bacalhau com natas, das curvas da montanha ao som das histórias de Sintra, gostei da feira romana e da sua ginginha. Adorei o Zé do Alaska, a Rexona e o cajado, gostei das suas corsas (ou cabras do monte), do nosso hino, de rir até cair, daquela espécie de serenata, e vá lá, apesar de tudo, do William Lawsons e dos biscoitos de limão. Gostei outra vez do pequeno-almoço, gostei do Little preguiçoso que parava nas subidas, da Obesa que comia tudo o que via, da Óptima e do Rastas e da Zara e do Fred, das cabritas e das paisagens deslumbrantes, gostei daquele queijo dificil de abrir e seu consequente almoço, gostei das árvores da Albergaria, gostei do rio Homem bem pequenino e aqueles trilhos íngremes que o completam, gostei das fotos, mais fotos, lindas, gostei das pedras, gostei de caminhar (mais!), gostei de regressar, da sande do meio dia, do felipão, da água da fonte...

Gostei do teu sorriso, de todos os sorrisos, de ver a diversão no rosto de toda a gente, tal como a gosto de a ver, bem genuína. Em suma, gostei de me sentir feliz. Thank you all. Really. :)

domingo, julho 13, 2008

Lars and the real girl




"Weird on paper, strangely and sweetly affecting onscreen. See it. You won't regret it."