sábado, dezembro 13, 2008

sábado, outubro 25, 2008

Reconhecimento

Acho que no fundo me esqueci que tinha um blog. São daquelas alturas da nossa vida em que pensamos, ok, vamos lá fazer uma pausa às reflexões e continuar com a nossa vida, que é para isso que cá estamos.

Sempre disse que para a mais ínfima das nossas atitudes, só nos sentimos bem se formos reconhecidos. A meritocracia tem destas coisas, que passam por aquela procura desmedida de reconhecimento, de nos pormos em bicos de pés e cabeça esticada e dizermos "Não conseguem ver que eu estou aqui, e sou bom naquilo que faço??"

Pois bem, acho que decidi finalmente pôr-me em bicos de pés. Não importa aonde, mas sim o quê, e com quem. Uma procura obcecada pelo pequeno espacinho no Universo que nos pertence. E tudo o resto, acredito eu, um romântico obcecado com valores de justiça e demais envolventes, virá por acréscimo. Porque essa coisa da felicidade conquista-se, procura-se, não vive à custa de conformidades ou presentes de Natal. Envolve sacrifício, sim, na sua justa medida, mas acima de tudo um gosto genuíno pelas nossas acções, por aquilo que fazemos e proporcionamos.

Haja coragem para tal, e claro está, alguém que o reconheça. Quanto mais não seja nós próprios.

segunda-feira, agosto 25, 2008

"O" filme de animação




"«WALL.E» é uma obra-prima da animação, um romance sci-fi com uma importante mensagem ecológica. A produção mais densa dos Estúdios Pixar, uma vez que era um projecto que estava em gestação desde 1994, chega às salas pela mão de Andrew Stanton, criador da história e que também partilhou os créditos de co-argumentista. A obra rompe os horizontes visuais e refaz o conceito de detalhe na animação, em termos de cenários e constituição de personagens. Com efeito, participaram, como consultores visuais, os conceituados directores de fotografia Roger Deakins e Dennis Muren, que auxiliaram na pesquisa e desenvolvimento de novas técnicas da criação da arte animada (vejam-se as paisagens desertificadas da Terra, nem parecem sair de um computador, tal é a aproximação à realidade).

O filme evolui a partir de uma narrativa singular: as melhores características de um Ser humano são projectadas em torno do mais belo robô da história do Cinema (desculpas a RD-D2 e Number 5). A concepção do personagem WALL.E é um marco da Pixar, perita em dar vida a seres inanimados: o protagonista tem a magia de alterar e despertar o melhor em cada um, sejam eles personagens robôs, humanos e até mesmo espectadores. O condão da vida emana do seu pequenino corpo, que desbrava tudo para estar com a sua paixão, Eve.

A acção decorre daqui a sete séculos. WALL.E recolhe e comprime o lixo, deslocando-se na paisagem poluída de uma cidade à muito despovoada, apenas na companhia de Hall, a sua barata de estimação (parece incrível, mas até as baratas têm charme com a Pixar). Os olhos penetrantes do robô descobrem peculiaridades nos pequenos objectos, resquícios de vida que vai encontrando durante as suas limpezas. É interessante que a única forma de vida na Terra seja um robô: WALL.E está longe de ser um autómato no que diz respeito aos sentimentos, pois uma falha no seu sistema operativo levou-o a adquirir emoções dignas de um humano, principalmente o bichinho do amor.

O espaço e a cidade são detentores uma beleza invulgar e até a devastação é atraente: inesquecíveis os belíssimos arranha-céus compostos de lixo. Mas a infinita rotina de WALL.E é virada do avesso quando aparece uma sonda chamada Eve, cuja missão é encontrar sinais de vida na Terra, e a sua liberdade de deslocação permite ao realizador exprimir toda a beleza dos cenários. O pequeno robô fica sem expressão quando a vê. É amor à primeira vista, a ansiedade fá-lo sair dos eixos e a química robótica deixará os mais românticos a suspirar sobre este flirt. Os primeiros sinais de algo mais entre ambos surgem graças a pequenos mas eficazes sketches de humor.
Vale agora a pena dizer que os primeiros 20 minutos deste filme não contêm diálogos. São movidos por sons e imagens em detalhe de suster a respiração. A introdução de trechos musicais de «Hello, Dolly!» (1969), um filme que o robô vê e revê, tem uma importância tremenda na transição para outras situações: as suas canções são um elemento de união e harmonia em «WALL.E».

Na segunda metade, os criadores mudam radicalmente de cenário e de tom. A Axiom é o lar de Eve, uma gigantesca nave gerida por máquinas agarradas às suas funções que visam ao entretenimento buçal dos últimos sobreviventes do planeta Terra, que estão um cruzeiro que dura há 700 anos. Estes consumistas inveterados comunicam entre si através de ecrãs, vivem sobre sofás futuristas (o sindroma couch potato levado ao extremo), tudo sobre a alçada da corporação BnL, é como quem diz comprar/consumir XL. Neste local, adicionam-se ao enredo uma série de personagens suis generis que desenvolvem uma reviravolta nos eventos e nas temáticas que regem a narrativa.

Dois últimos destaques. O primeiro para o som, que tem um papel neste filme, sobretudo no primeiro trecho. Ben Burtt, figura maior das técnicas de som dos últimos 30 anos, concebeu um assombroso número de efeitos sonoros (um total de 2400) e criou ainda o padrão de voz para WALL.E e Eve. Burtt, recorde-se, foi o responsável pelos sons do icónico RD-D2 de «A Guerra das Estrelas». A segunda chamada de atenção é para a canção que encerra o filme: “Down to Earth” não podia ser mais adequada, uma vez que no meio de tanta eficácia técnica são os sentimentos down to earth que vêm ao de cima, marcando todos aqueles que se cruzam com este extraordinário filme.

«WALL.E» fascina tanto os mais novos, massajando as suas mentes com importantes conceitos para o futuro, como os adultos, apontando e satirizando o presente de muitos que decerto vivem o consumismo XL. É curioso tomar o pulso de uma criança após o visionamento deste trabalho brilhante: os mais jovens não são apenas espectadores que se vão deliciar com o amor entre dois personagens maravilhosos, eles estão perante uma previsão negativa do futuro, mas onde as máquinas apontam o caminho para o equilíbrio entre o Homem e a Terra, aprendendo uma lição de harmonia e espírito de entreajuda entre seres diferentes. As Crianças, a Ecologia e o Planeta merecem um filme assim."

Jorge Pinto www.cinema2000.pt


E já agora, fiquem lá com o trailer...



e aproveitem o lanço para uma espreitadela à curta metragem que precede o filme, de seu nome "Presto", que é de chorar a rir...

domingo, julho 27, 2008

Batman - The Dark Knight


Vá, as expectativas eram altas. Excessivamente altas, convenhamos, porque o 1.º lugar na lista do IMDB não deve ser coisa para arrebatar assim do pé para a mão, muito mais se a essa transcendência cinematográfica que foi “O Padrinho”. Mas no fim de contas, devo dizer, não me senti defraudado.

O filme é bom, muito bom. Não o melhor de sempre, como é óbvio, mas o melhor de sempre do género, isso parece-me evidente. Christopher Nolan tem mais uma direcção de grande engenho, pormenor e inteligência, na senda de óptimos trabalhos como já havia feito em “Memento”, “Insomnia”, “The Prestige” ou “Batman Begins”. Aliás, já tinha elogiado essa Gotham mais “negra” por aqui. Daí que o desafio fosse ainda maior, mas Nolan consegue transformar um filme de super-heróis em algo muito maior do que isso, bem distante das costumeiras aventuras de entretenimento do género, e conduz-nos através de uma surpreendente e rocambolesca viagem de dilemas morais e reflexões maniqueístas, meticulosa e bem estruturada, capaz de nos encostar às cordas durante toda a extensão do filme.

São também de grande qualidade as sequências de acção (a perseguição Batman-Joker é uma pérola) e as interpretações, principalmente a muito badalada de Heath Ledger, cuja personagem assume mesmo maior protagonismo que o Homem-morcego, relevando para segundo plano o também meritório trabalho de Christian Bale. Expressivo e refinado, Ledger consegue elevar este Joker a uma categoria de vilões nunca antes vista, sem sede de poder ou de dinheiro, mas simplesmente obcecada pela anarquia e pelo caos, e por isso tão aparentemente imparável ou inatingível. A nomeação para o Óscar está à partida garantida. Excelente também a transformação Harvey Dent/”Two-Face”, bem como a abordagem humanista de um Batman cada vez mais próximo da consciência das suas limitações.


Em suma, intenso, “negro” e bem complexo, este Batman – The Dark Knight vale mesmo a pena ver. Não será concerteza o melhor de sempre, mas eleva, sem dúvida, o conceito de filme de super-heróis a um nível nunca antes visto.

sexta-feira, julho 25, 2008

Só para quem esteve lá, no Alaska


Gostei da partida, gostei da viagem no Boguinhas, gostei do buggs bunny ao vento, gostei do gps xpto, dos rissóis e da cenoura à porta do quarto, gostei dos matraquilhos e do karaoke. Gostei de acordar com visitas à janela, gostei da foto-surpresa àquela imagem inconveniente, gostei do pequeno-almoço, da dura caminhada, gostei da cascata refrescante, das fotos, gostei da aldeia submersa, mais fotos, das conversas divagantes, do arroz com carne, da esplanada ao sabor do vento... Gostei da chegada dos reforços, gostei de dar tiros em toda a gente mesmo a pingar de suor, gostei de levar com uma bola de tinta na cabeça, de me arrastar pelo chão sem me importar com isso, de explorar linhas de água e pontos de altitude, gostei de ficar todo rôto e mesmo assim querer mais, gostei daquele banho retemperador, do bacalhau com natas, das curvas da montanha ao som das histórias de Sintra, gostei da feira romana e da sua ginginha. Adorei o Zé do Alaska, a Rexona e o cajado, gostei das suas corsas (ou cabras do monte), do nosso hino, de rir até cair, daquela espécie de serenata, e vá lá, apesar de tudo, do William Lawsons e dos biscoitos de limão. Gostei outra vez do pequeno-almoço, gostei do Little preguiçoso que parava nas subidas, da Obesa que comia tudo o que via, da Óptima e do Rastas e da Zara e do Fred, das cabritas e das paisagens deslumbrantes, gostei daquele queijo dificil de abrir e seu consequente almoço, gostei das árvores da Albergaria, gostei do rio Homem bem pequenino e aqueles trilhos íngremes que o completam, gostei das fotos, mais fotos, lindas, gostei das pedras, gostei de caminhar (mais!), gostei de regressar, da sande do meio dia, do felipão, da água da fonte...

Gostei do teu sorriso, de todos os sorrisos, de ver a diversão no rosto de toda a gente, tal como a gosto de a ver, bem genuína. Em suma, gostei de me sentir feliz. Thank you all. Really. :)

domingo, julho 13, 2008

Lars and the real girl




"Weird on paper, strangely and sweetly affecting onscreen. See it. You won't regret it."

quinta-feira, junho 05, 2008

Contradições


É bom sentir por vezes, quando o sol se começa a pôr de mansinho, aquele suave toque dos pequenos raios que se esmurecem, por entre o desarmar surdo das pessoas em fim de jornada.

E é naquele silêncio de fim de tarde que me refugio para me encontrar com o pensamento. Gosto da plenitude desse vazio, sim, gosto de sentir que o todo se pode reduzir a um mero esfumar de sensações. Gosto, essencialmente, de naquele momento não ter que tomar decisões. Simplesmente assistir e entregar-me à paz daquele agradável calorzinho que surge antes do anoitecer.

E é, aliás, no preâmbulo deste momento que ouço palavras reconfortantes em relação ao futuro. Paradoxalmente entusiasmado, uma vez que estas até apontam naquele sentido comezinho da desgraça. Ora lá está, fazem-me sentir não ser o único a pensar que as coisas às vezes se tornam demasiado difíceis. Como o tinha pensado hoje de manhã. E ontem à noite. E na noite antes da de onteontem, enquanto observava as minhas emoções a desenvolver-se em algo fora do meu controlo.

O mais estranho, contudo, parece-me ser o não conseguir alcançar toda a razão do meu sofrimento. Não compreendo a natureza das coisas e isso mata-me, abate-me silenciosamente. Sinto-o como um mal inultrapassável. E no outro dia acordo como que absorto, pronto para lutar mais uma vez em busca de respostas impossíveis. Neste ciclo vicioso de um qualquer jogo de casino em que a única coisa que sobra são meia dúzia de dívidas.

Valham-me os pequenos prazeres do amor, das ilusões e daquelas pessoas que nos fazem querer viver até à exaustão. Tudo o resto são meras contradições.

quarta-feira, junho 04, 2008

Já cá canta a 20a!



In http://yadavezes3.blogspot.com/:

Após meses de negociações, o elenco de Os Simpsons chegou a acordo com a 20th Century Fox. As notícias diziam que a exigência dos actores de topo rondava os 500 mil dólares por episódio. Na última temporada, a 19ª, o vencimento era de 300 mil. Aritmética simples ditou que o acordo fosse atingido pela módica quantia de 400 mil. Do núcleo duro da série, apenas Harry Shearer (Mr. Burns, Smithers e Ned Flanders) não assinou ainda o contrato válido por quatro anos. No entanto, espera-se que tal aconteça nos próximos dias. Hoje, arranca a produção da vigésima temporada, onde estarão previstos 20 episódios, contrariamente aos habituais 22. Apesar deste contrato de quatro anos entre actores e estúdio, ainda não existe qualquer pedido para mais temporadas. O fantasma do cancelamento continua a pairar sobre o programa.

Espero que não passe mesmo do fantasma. Porque se há qualidade em televisão é isto.

domingo, junho 01, 2008

Tratado sobre o cinzento


Gostava de saber quais os requisitos a cumprir para se ser cinzento. Mas tenho a estranha impressão que já os preencho quase na totalidade. Cinzento é aquela cor indiferente, passiva, digamos que neutra, que não aquece nem arrefece, nem se chateia perante as vicissitudes do mundo. Não sendo capaz de colorir as telas que o rodeiam, limita-se a pintar aqueles dias de chuva miudinha que irritam as pessoas quando abrem as persianas de manhazinha. Não tendo a fogosidade do vermelho, ou a alegria do amarelo, ou mesmo a doce melancolia do azul, também não consegue deprimir como o negro ou aclarar como o branco. Mas sabemos que está lá para cumprir o seu papel, porque até os dias de chuva também precisam de ser coloridos.

O problema é que os dias de chuva não divertem. São necessários, por vezes reconfortantes, mas não arrastam contigo o sol e o calor que nos fazem sentir a vida com mais alegria. Apenas passam sem que se tornem memoraveis. Só mais uma pequena parte da rotina, um pequeno pedaço da nossa história que passa com indiferença. Sem entristecer ou alegrar, sem que seja desejável repetir.

Caraças, e eu que gostava tanto do azul...

or maybe I'm just feeling grey today...

quarta-feira, maio 28, 2008

E a parte fixe eheh

Porque até vem a propósito...

John Terry, himself:

«Tenho muita pena por ter falhado o penalty e por ter negado aos adeptos, aos meus colegas, família e amigos a possibilidade de serem campeões europeus. Muita gente já me disse que não tenho de me explicar, mas quero fazê-lo. Sinto que o devo. Revivi aquele momento todos os minutos desde que aconteceu. Só dormi umas horas e acordei várias vezes a pensar que tinha sido um pesadelo. Tenho sentido um apoio enorme dos adeptos, jogadores de agora e que já passaram pelo clube, e tenho de agradecê-lo. Mas sou adulto, e assumo a responsabilidade por não termos ganho».

«Essa noite vai perseguir-me para sempre. Sinto que desiludi toda a gente e isso magoa-me mais do que tudo. Não estou envergonhado pelo que chorei. Este é um troféu que tentei muito, ano após ano, conquistar. Ando com o coração nas mãos toda a gente sabe isso.»

quinta-feira, maio 22, 2008

O falhanço de Terry


Quando John Terry caminhou para a bola, colocada sobre a marca de grande penalidade, já em plena madrugada moscovita, no último penalty da série de cinco da sua equipa, deve ter pensado em tudo menos em falhar. Se há momento na vida de um futebolista em que não se pode falhar é aquele. São 150 milhões de pessoas de olho em ti, milhares de flashes, de corações prestes a explodir, apenas à espera daquele teu derradeiro gesto, daquele segundo de redenção que pode marcar toda uma vida. Quando Terry se aprestava a chutar deve ter pensado "esta não falho, de certeza." Mas falhou. Escorregou no momento do remate e a bola deslizou errantemente em direcção ao poste. Não foi um falhanço normal, o guarda redes já estava batido, a baliza semi deserta, a convicção do capitão do Chelsea que momentos depois iria agarrar a taça. Mas escorregou. Daqui a anos ninguém se lembrará que Anelka também falhou, mas sim do deslize de Terry quando todos os flashes estavam apontados para ele, que o pequeno dilúvio entretanto instalado no Luzhniki Stadium o fez perder o pé de apoio no momento mais decisivo na sua carreira...

Por isso o futebol consegue ser tão apaixonante... No fundo retrata todas as emoções da vida elevadas a um plano quase poético, pintado nas botas dos grandes artistas. Se formos a ver, a terrível frustação de Terry acabou por ser a salvação de Ronaldo, que esteve a um pequeno passo do pior dia da sua vida. Assim pode festejar, tudo se esquece. Menos o escorregão de John...

domingo, maio 18, 2008

O "engomador"



"The bottom line is this: the movie works. It works extremely well and it does so because of Downey." Widgett Walls

Ora nem mais...

terça-feira, maio 13, 2008

Rec e o(s) terror(es)


Para quem gosta de terror aconselho. Muito. Para quem não gosta, aconselho na mesma. Quanto mais não seja para ter um ou outro pesadelozito... Mas lá que o camandro do filme está bem feito está. É mais um do conceito "câmara na mão", passe a expressão, do estilo "Blairwitch Project", ou mais recentemente, de "Cloverfield", mas com um enredo de tom bem mais realista que nos consegue envolver sem grande esforço. Aliás, a verdadeira vantagem desta película está na sua capacidade de nos conseguir transportar para aquele mundo "gore" de forma tão subtil e coerente, que quando nos damos conta estamos lá, a sofrer tanto como quem transporta a câmara...E parabéns ao Fantas, por mais uma vez premiar uma obra de tão boa qualidade.

Agora deixem-me ir ali ver o Major Valentim a imitar o Ricardo Araujo Pereira que o home realmente tem piada.

terça-feira, abril 29, 2008

Ficou-me a frase: "Na altura vivi tempos felizes. Tomara eu que alguém me tivesse avisado..."

quarta-feira, abril 23, 2008

Ilusões


Há dias em que me ponho a pensar, sim, principalmente aqueles em que fico ao pé da janela, com a chuva a escorrer na vidraça, que a plenitude é uma miragem, e a ideia de que esta é atingível não passa de uma ilusão. Ora pois claro, daquelas criadas para nos dar ânimo para continuar a lutar por alguma coisa enquanto ela não acontece. E depois, quando as pequenas coisinhas, aquelas que nem sequer damos conta quando o sol sorri e o nosso clube ganhou, se começam a juntar num pequeno exército sedento de luta, quando o carro fica longe, o fim de semana parece não ter acontecido e indivíduos insuportáveis aparecem a saltar como cogumelos, é que nos apercebemos da nossa real dimensão, do real espaço que separa as nossas ambições das nossas limitações, ou apenas voltamos à realidade como quem atende o telefone. Isto claro, só até amanhã, porque o sol felizmente vai voltar a sorrir e o carro até já ficou lá em frente, nem que seja em cima da passadeira. Pois, já sei, a minha vida é uma ilusão. Não há crise, a dos outros também :)

segunda-feira, abril 21, 2008

Dan In Real Life...or even better than that


Já agora aproveitava para recomendar uma comédia romântica. Sim, e para meter aqui um poster de cinema, que por sinal até é bem original. Vale a pena por Steve Carell, por Juliette Binoche, por aquele destilar perfeitamente organizado de emoções que nos envolve, e que mesmo não sendo uma daquelas originalidades, cai muito bem numa tarde chuvosa. Ou como alguém me diria, propícia ao verdadeiro namoro :)

São lindas são...

A arte e subtileza deste video faz de qualquer comentário da minha parte um mero e dispensável acessório...

sexta-feira, abril 11, 2008

O regresso do que nunca foi

Vá lá que hoje me deu a maluqueira e decidi vir cá consultar o estado do meu pequeno estaminé. Sim, este cantinho que hoje em dia ninguém se dá ao luxo de dispensar num universo cada vez mais indispensável como a internet. Ou como dizia lá o velhote no barbeiro, "essa coisa da internet que anda a dar cabo das crianças", ou qualquer coisa parecida com isso, que na altura estava mais preocupado em perceber como é que o Rangers tinha espetado dois secos em Alvalade.

No fundo o que mais me preocupa não tem nada a ver com a expansão do universo web, mas sim com a mentalidade dos que acabam, de formas mais ou menos inadvertidas, de lá ir parar com as suas ideias comezinhas. O recente caso do "dá-me o telemóvel já", com excelente trabalho de câmara daquele jovem cineasta (transfiram-no para uma escola de Hollywood,pah!), constitui prova viva de que, nas mãos erradas, a net pode ser um instrumento perigoso, especialmente quando agredimos a nossa professora de francês. Não é que, na situação em questão, até tenha sido útil, pelo menos pararam aquelas greves e manifestaçoes irritantes e centrou-se a discussão, finalmente, num tema que já importava discutir há muito tempo atrás.

Mas adiante, que o tema poderia facilmente deslizar para a excessiva importância dos media na nossa sociedade e isso daria certamente pano para umas mangas muito compridas. E para além do mais, o real objetivo deste post passa por comprovar a minha teoria de que o que realmente leva as pessoas a irem aos blogues tem mais a ver com os videos e as piadas vivas do nosso quotidiano, do que com grandes filosofias metafóricas. Daí que passe a apresentar, por ordem, duas situaçoes caricatas do meu dia de hoje (não me peçam coisas antigas que tenho memória de peixe) e um video, seleccionado aleatoriamente nesse pequeno e modesto site que é o youtube, supostamente de cariz cómico.

Aqui vai, portanto, a minha primeira situaçao cómica: ai não sei quê estava a ouvir um programa de informaçao desportiva na rádio, que diz que o Jorge Costa não sei quantos e tal, olho pelo retrovisor e quem está num Smart a dar o pisca atrás de mim, quem? Não, era mesmo o Jorge Costa. Não digo onde foi porque podia comprometer o homem, né...

A segunda situação cómica chama-se sr António e é o roupeiro do SC Rio de Moinhos. Este sr não precisa de grandes comentários, precisava era de videos que pudessem mostrar toda a sua valia e talento, e que pudessem já agora, também aligeirar os insultos que provavelmente vocês estarão a dirigir a mim por não apresentar prova do que estou a dizer.

Ah, e aqui vai o video, possivelmente numa posta à parte que eu ainda não domino esta coisa das transferências internacionais de videos, só mercado interno e mesmo assim com dificuldade. Um grande bem haja a vocês que leram esta coisa e podem voltar descansados ao google, desculpem lá o engano.



PS. Bem sei que o ideal seria juntar um video do youtube com o sr António, o Jorge e a malta toda do barbeiro em fraterno convívio, mas quem sabe isso não se arranjará...

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Até logo

Só para orientar os cerca de...vá lá, 0.87 cibernautas que recentemente visitaram este belo espaço, pelas razões de tamanha falta de actualização. Convenhamos, a vida nos últimos tempos tem seguido uma estradas a modos que com muita curva, de tal maneira que já me espetei duas ou três vezes e o carro tem ficado bastante amolgado, por falar nisso tenho que ir pagar esta bela conta do mecânico que me apareceu em casa...Bem, mas dizia eu que estes acidentes custam um bocado, têm-me arranhado as rótulas, de tal maneira que para além de passar bastante tempo a meter Betadine na pele, ainda tenho que me preocupar em levantar e dar umas passadas, senão o autocarro passa e nunca mais o apanho. No fundo dos fundos, e deixando a metáfora de lado por um bocadinho, a questão premente neste momento é, mudar de vida.

E convenhamos, apesar de haver temas em fartura (óscares, política, economia, futebol regional, receitas de culinária, o preço do petróleo ou tangerinas, por exemplo...), tenho mais que fazer do que escrever...

Como sei lá, tipo, arranjar uma vida...

Até lá, as minhas sinceras desculpas. Entretanto pode ser que arranje tempo para falar dos citrinos.

Até logo

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

One more day in this shit hole

Às vezes gostava de saber o que é uma decisão simples.

Poupo-me ao martírio de retrospectivar a minha vida ao sabor do arrependimento. Prefiro olhar em frente e antever aquele sucesso, que no fundo, já não sei distinguir da ilusão.

Só assim é possível enfrentar o dia-a-dia ao virar da esquina. Só assim é possível adormecer à noite. Só assim é possível superar a minha contínua frustração.