sábado, abril 15, 2006

Em Avanca...


Em Avanca, terra do nobel Egas Moniz, os velhinhos andam de bicicleta e as cegonhas fazem ninhos nas torres do estádio. Em Avanca fazem-se chocolates e as pessoas têm sotaque, mostrando-o sem vergonha enquanto distribuem sandes pelas mãos dos miúdos. E eu, lá no meu canto, deixei-me ser miúdo por dois dias, aceitei de bom grado as sandes e joguei à bola no sintético com o entusiasmo de quem o fazia pela primeira vez. Antigamente achava difícil entrar neste pequeno mundo, onde alegria e imaginação parecem intermináveis, quase ridículas. Agora só penso que o único ridículo era eu.

Hoje aproveitei para reflectir. Nas prioridades. Nas viagens. Nos afagos ao ego. Na vontade de estar mas não poder. No que o dia ganha em começar mais cedo, naquilo que perde por não começar mais tarde. Na medalha que insisti em trazer de Avanca como pequeno troféu. Na mania incompreensível das arrumações de Páscoa (não seria melhor começarmos a chamar-lhe Dia Anual do Tenho-que-deixar-tudo-limpo-senão-o-sr-padre-diz-mal-de-mim-na-missa??). Nos golos que marquei na quinta por respirar energia. Nos golos que falhei hoje por estar cansado. Nas prioridades…

No final, só um registo, daquilo que de melhor, nestes dois dias, consegui ter, pensar, oferecer…

“Imagino por vezes que viver no céu seja isto, nas asas de uma qualquer andorinha perdida, elegante, livre em toda a sua plenitude…e que em qualquer dia de nuvens negras, vagueando ao sabor do vento, saiba encontrar no escuro uma aberta, e assim iluminar a alma…tu és isso, a minha luz…”

quinta-feira, abril 13, 2006

A minha vida é um sundae de chocolate


À parte outros pensamentos envolvendo sitcoms e demais alegorias, por momentos, durante um destes dias de felicidade constante, dei por mim a pensar...a minha vida é como um sundae de chocolate... Veja-se a consistência do gelado, o toque cortante do chocolate, a doce mistura de sabores que tu me ensinaste (e continuamente me ensinas...), o finalzinho derretido no fundo do copo, a pequena colher que carinhosamente recolhes e fazes parecer dádiva divina... Não será isto mais do que crónica breve da nossa realidade? Do que sinto, do que me fazes sentir?
Ou talvez apenas mais um capítulo, desta história que teima em ser cor-de-rosa, cor do céu, cor da lua, cor das flores que registamos e passamos para a tua tela, cor do que mais belo se possa imaginar (como tu...), por entre sitcoms, desenhos animados, fotografias com estilo ou simples corridas de miúdos pelas escadas...tu sabxxx...e eu tb :)

domingo, abril 09, 2006

Há coisas que não se explicam...


Há coisas que não se explicam, sentem-se… Existem melodias que bem mais do que a junção de notas, são puros hinos de harmonia e de paz, alquimias suaves neste jogo de colisões… Jogos, emoções, vitória, emoção, o stress, sim esse que abomino, a agitação, a alegria entrecortada na profusão de sentimentos, a cabeça aí, contigo, num qualquer lugar que não aqui, uma lua que insiste em ser crescente, nova, cheia, tudo e mais alguma coisa que o sonho outrora não atingia, porque o via distante, tão distantemente que a esperança não era mais do que vã… pensar na sorte, sim a sorte, essa que julgava distraída, que vejo presente, não, não fugaz, quero que fiques assim, ao meu lado, em cenários suaves, loucos, estendidos pelo toque que nos une e trazem, em momentos póstumos, consigo a saudade… O momento que gravamos, aquilo que insistimos em tornar perene, em qualquer suporte técnico, na imaginação, na mente sagaz, ávida, tanto para dar… Há sintonia, sim, mais do que nunca, sempre que tudo, tudo o justifica, a vontade de fazer mais, de voar, fazer com que o mundo gire com velocidade nunca antes vista, mas suave, tão suave que nos faça eternos…pelo menos enquanto o luar esteja por agora mais azulado…

sábado, abril 08, 2006

Bonança...


Começava em tempestade…mas acabou em bonança. Vai ser difícil esquecer descrição tão singela. Quanto mais porque a bonança se eleva para muito mais do que uma simples vingança de mau tempo apagado, mas sim toda uma vida para além do palpável, ou simplesmente a crónica de felicidade impensável. É bom sentir a areia por baixo dos pés como se o mar fosse caminho sem destino, abraçar o vento, sim o vento de olhares gritantes e gestos fulgurantes, correr sem rumo, ou apenas ser, mas contigo…porque assim as coisas fazem mais sentido…porque as cores não esbotam...porque a bola ultrapassa a rede...porque assim o mundo, finalmente, se torna completo…
"A felicidade solitária não é felicidade..."
Boris Pasternak