terça-feira, maio 31, 2005

Motivações...

0.36, segunda, perdão, terça-feira nos seus primórdios. Afogado por entre apontamentos de neurologia, entretenho-me a ouvir maroon5 e a engendrar filosofias perdidas. Disfarço a desmotivação agarrando-me ao pc e teclando algumas linhas. Conclusões? Não sei. A minha capacidade de recrutar energias ao baú mais recôndito moeu-se com o tempo, sobressaindo agora uma quase insuportável sinceridade intelectual que me obriga simplesmente a negar tudo o que não gosto, à imagem do miúdo que recusa do pai o rebuçado de morango apenas porque não é adepto do sabor. Pois bem, seguir os instintos poderá ser salutar, mas soa contudo a inconveniente. Refuta toda e qualquer manifestação de desprazer, sacrifício, impede o dispêndio de atenção em actividades de irrefutável utilidade. Estudar neuro? Para quê? Nunca gostei do sabor…

sábado, maio 28, 2005

Dicionário parte I

E já agora, porque não, a estreia da rubrica “O Dicionário”. Aqui vão as duas primeiras palavras:
Banalidade – a maior parte das cenas do filme da vida humana gira à volta de banalidades. É incontornável. Para mim, mais do que isso, é enjoativo. Soa-me a incómodo atraso em tempo de constante evolução. A utilidade das banalidades fica-se pela sua inegável capacidade de conseguir valorizar tudo o que é diferente.
Química – para mim, o significado da química vai muito além daquilo que me habituei a ver nas tabelas periódicas ou nos rótulos dos pacotes de detergente. Pensar que tudo o que se passa no nosso cérebro deriva de meras transmissões de químicos entre neurónios – com as suas consequências em atitudes, comportamentos, sentimentos – é, no mínimo, assustador. Ou será que alguém mantém o seu sorriso de felicidade ao saber que este apenas está dependente de uns nanogramas de neurotransmissor?

Lição n.º 1

Bem, vamos lá então começar a descobrir um bocadinho do sr. astolfo. Lição n.º 1:

Debruço-me constantemente sobre a análise do filosófico, do sentido da vida, da introspecção construtiva. Faço-o por gosto, mas acima de tudo por necessidade. Porquê? Porque simplesmente não tolero a banalidade. E necessito de escapar ao seu domínio. As conversas à mesa sobre o isto ou o aquilo, tão calorosamente abordadas como se de obras de arte se tratassem, cansam a minha paciência em escassos segundos. No entanto, são socialmente aceites e estimadas, mesmo preciosas, no contexto de um processo de são convívio entre as gentes. Daí pensar que esteja a ficar cada vez menos sociável. Menos afoito nos olás, solto nas conversas de circunstância, facilmente “cansado” das pessoas que me vão rodeando no quotidiano. Procurando cultura e sabedoria em todos os passos, como se esse fosse o único caminho passível de ser percorrido na busca pela felicidade.
Salto ora por ora ao domínio do comum por entre divagações “futebolísticas” ou “automobilísticas”. Mas até aí as coisas teimam em não se contentar com o nível do mais básico. Uma simples finta pode ser muito mais do que aquilo que parece. Estarei a tentar alcançar graus de superior inteligência? Sinceramente, não me parece. O processo é interessante, mas nem por isso é capaz de curar inseguranças ou faltas de motivação. Pelo contrário, afasta-me cada vez mais do mundo em que paradoxalmente procuro me inserir. Afinal, para que servirá a cultura ao serviço da inteligência no seu estado puro, se no fundo o que realmente interessa está ao nível da sua “prima” mais rasca, a inteligência emocional?

Xaram!!!

Bem vindos ao “Lugar do Corgo”. Depois de anos de intensa e aprumada preparação, eis que chega a altura do grande passo, de toda uma afirmação de personalidade, da épica descoberta da razão da nossa existência, do supremo êxtase que é… a criação de um blog. Pois bem, agora que tal desígnio foi atingido, limitar-me-ei a mostrar os meus escritos, alguns mais antigos, outros mais recentes, misturando devaneios com intrincadas teorias filosóficas, por meio de confissões sentimentais ou simples desabafos ocasionais. Espero que a mistela resulte. E ah, claro, comentem para aí. Sim, vocês, os cerca de…2 amigos meus que tenham perdido cinco minutos a passarem por cá, depois de devidamente subornados, claro está. Ou então não comentem, estejam à vontade. Portem-se bem.

PS.: Explicava de bom grado o nome desta coisa mas não estou com pachorra para isso. Para além disso, mantenho algum suspense, não é melhor assim?