quinta-feira, novembro 08, 2007

Lembrei-me de cá vir escrever, hoje


Hoje canso-me. De vícios, virtudes ou simplesmente caminhos. De estradas recalcadas e indicações vazias, indiferentes. Despreocupadas. Ou do futuro que não ousa sorrir. Um mero rascunho ou a omnipresença do erro? Ah como é bom ser optimista, ou anjinho, inocente, talvez sábio (?) e vicenciar todo este folclore de egos e humilhações intelectuais...

Demasiado complexo?

Não o sei de outra forma. Quero-me assim, a interrogar, a lutar, a viver dias maus, outros bons, outros nem por isso que não sei o que se passa comigo mas hei-de resolver, outros de reinvenções felizes ou meras desilusões problemáticas.

No fundo, habituo-me a tudo. Mas o que realmente quero é saber para onde vou.

terça-feira, outubro 16, 2007

Isso...

Saí a 120, fugi dos problemas, do stress, dos chatos, das doenças, das pessoas e suas taras, que o ego também sofre e as questões intricadas da vocação muito mais.

Mas não há problema, chego a casa, ligo a tv e descubro que sei mais do que um miúdo de 10 anos. Não há melhor serviço público...

sexta-feira, setembro 28, 2007

Desculpem, no fundo é isto...

"Escrever é uma percepção do espírito. É um trabalho ingrato que leva à solidão."

Blaise Cendrars

quarta-feira, setembro 05, 2007

Notas de Verão e isso


Vilarinho das Furnas: paisagens deslumbrantes, tranquilidade, cataratas, alvoradas e alguns animais, entre eles um tipo de bigode numa espécie de casa de pasto, que perante o esgotamento de mantimentos e neurónios, mais não sabe do que exclamar “tivessem vindo mais cedo!”

S Pedro de Moel: praia, fotos, caracóis, panikes ao pequeno-almoço, rir, rissóis gigantes, rir, mais fotos, mais rir, amigos (dos bons) e tu…ou apenas e só…aquela genuína sensação de felicidade…

NovaFisio: o estrito cumprimento do dever que se elevou a algo mais do que isso…ou o ponto de partida para a racionalidade das vocações.

Mr. Brooks: thriller sóbrio e consistente, de personagens complexas e um alter-ego sublime, inteligente e bem humorado, que para além de relevar William Hurt, faz também renascer Kevin Costner como actor de qualidade comprovada. Pena o final. Ah, e atenção à pequena de “Shark”, Danielle Panabaker.

Night: devo estar a ficar velho (aka mania da intelectualidade), agora prefiro um bar tranquilo e dois dedos de conversa a discos apinhadas de hormonas e respectivos acompanhantes.

FCP: cada vez mais monótono, independentemente da qualidade dos subordinados continua a ganhar, o que quanto a mim, mais do que a própria questão do mérito é mais uma questão de simples organização.

Rio de Moinhos: 2-0, o resultado do fim-de-semana, no jogo e no posto médico.

Red Bull Air Race: porreiro, muito porreiro. Tanto mais quando estava à sombrinha, confortável e sem 599 998 indivíduos desconhecidos a pisarem-me os calcanhares.

Escrever: confesso o meu mais recente receio (sem contar com aquele de que um dia vá no metro e o pessoal me espanque porque tenho cara de marroquino), a falta de motivação para a arte do escrevinhanço. Alguns dizem que é uma questão de inspiração. Outros que é de talento. Eu já não arrisco. Não sei bem se será alguma das duas, ou nenhuma, ou apenas uma situação de circunstância, fruto das preocupações de rotina ou outras que me surripiam o neurónio. E é justamente isso que me preocupa, não conseguir pensar em duas coisas ao mesmo tempo.

domingo, setembro 02, 2007

Back



Só para dizer que estou de volta ao estaminé. E claro, que estive lá, pois então. Afinal, quem é que não esteve?

segunda-feira, agosto 06, 2007

Curta

"A infelicidade tem a sua melhor definição na diferença entre as nossas capacidades e as nossas expectativas."

Edward Bono

quinta-feira, agosto 02, 2007

Ainda a propósito dos Simpsons...


"Ao longo de todas estas temporadas na televisão há momentos tão geniais, tão definitivos, que era impossível que alguém fosse ver The Simpsons Movie à espera de uma experiência transcendente, inovadora, arrebatadora, inesquecível. Eles já foram tudo isso, pá. E é por isso que contesto vigorosamente as pessoas que agora falam em "desilusão". Do que estavam à espera? Groening e a sua equipa já fizeram tudo (aliás, já fizeram mais do que tudo, se contarmos com o genial Futurama, série que levou o humor de cariz Simpsónico para os poucos lugares onde ele não tinha ido), pelo que The Simpsons Movie só podia ser aquilo que é: uma celebração aconchegante e mais comunitária de uma coisa importante e marcante das nossas vidas pop-culturais."

"No caso dos Simpsons, e depois de 17 anos no ar, eles já chegaram ao sublime há que tempos. E não seria um filme que iria trazer mais novidade, nem poderia ser essa a sua função: um filme dos Simpsons teria, acima de tudo, que ser bom. E é!"

"São 85 minutos compactos, vivendo de uma corrente contínua de piadas, conseguindo recriar, numa longa-metragem, o ritmo avassalador dos episódios televisivos. Quando termina - e, por favor, fiquem na sala até ao fim do genérico final! - ficamos com a sensação de que soube a pouco e que ainda lá podíamos ficar pelo menos mais uma meia-hora, à vontadinha."


by Nuno Markl, aqui

e...

"O filme pode ser entendido como um episódio maior da série? Pode. Os episódios dos Simpons são bons? São. Podemos então concluir que o filme é bom? Podemos. Mesmo para quem não está familiarizado com as vidas de Homer, Marge, Lisa, Bart e Maggie (onde é que eles estão, digam-me?), esta é a consideração que me apraz fazer."

"O filme não merece uma análise profunda, até porque não é isso que ele pede. Ao fim de dezoito anos, Matt Groening e companhia limitaram-se a dar-nos aquilo que esperávamos. Falo, obviamente, em nome daqueles que esperavam um bom filme – aqueles que esperavam uma obra-prima podem sempre adquirir a série 3 em Dvd e ver 4 a 5 episódios seguidos."

"Os Simpsons – O Filme é um excelente filme de animação, e um enorme divertimento. Antes de entrar na sala lembro-me de pensar para com os meus botões há quanto tempo é que não ia ao cinema ver um filme apenas para rir e passar um bom bocado. Quando sai da sala, pensei há quanto tempo é que não tinha entrado com esse objectivo e saído de lá com o resultado pretendido."


by Alvy Singer, aqui.


Deixo-vos a opinião dos "mestres" só e apenas porque não tenho andado com pachorra para escrever, e para além do mais, no que a matéria "simpsónica" diz respeito, podia ser suspeito... Já agora, também eu entrei na sala a pensar que ia passar um bom bocado e saí de lá com a sensação de que havia passado um bom bocado. E isso, meus amigos, nos dias que corre, é uma dádiva.

sexta-feira, julho 27, 2007

Finalmente, a obra-prima



Meus amigos, inimigos, conhecidos, desconhecidos e afins:

Todo e qualquer tipo de elogio que possam fazer acerca deste filme será pura e simplesmente insuficiente.

Pronto, agora cresçam e multipliquem-se por essas salas de cinema como se não houvesse amanhã. Springfield aguarda-vos com a classe que se lhe reconhece :)

quarta-feira, julho 25, 2007

segunda-feira, julho 23, 2007

Homer Erectus




Em grande a campanha publicitária dos britânicos. Podem ver mais aqui.

sábado, julho 21, 2007

Uma vénia aos srs, por favor



Para verem que ainda há quem confunda Springfield com a realidade... Ainda bem que não sou só eu :p

segunda-feira, julho 09, 2007

Olha que novidade...

You Are a Chocolate Chip Cookie

Traditional and conservative, most people find you comforting.
You're friendly and easy to get to know. This makes you very popular - without even trying!

quinta-feira, julho 05, 2007

Their war. Our world.



O meu último blockbuster...

Michael Bay é o "sr acção". Spielberg meteu o dedo, marca inexorável de qualidade. E o resultado foi bom, muito bom. Algo de simples, bons contra maus, emoção, espectacularidade (muita, excelente), beleza, humor...

Ou

o cinema no seu estado mais puro. Recomendo.

quarta-feira, julho 04, 2007

domingo, julho 01, 2007

"Eu não sei o que os meus pensamentos pensam"


Deixei-me por momentos descansar no escuro, sem pretensões de maior. Apenas sentir o silêncio, ou a (ilusão de) plenitude que o acompanha.
Não concluí. Será isto o "overthinking"? ou o "too much going on"? Ou apenas uma inabilidade de gestão sentimental?

O porquê nada importa.

A verdade como uma mordaça.

Ou caos da mente vs filosofia do objectivo

"Eu não sei o que os meus pensamentos pensam."

Francis Jammes

sexta-feira, junho 29, 2007

Congratulations

Uma vez um grande amigo disse-me

"Não se pode perder sempre..."

É muito bom ver que ele sempre teve razão...

ou simplesmente

Parabéns, "jurista" :)

Londres here I come! ou então Sebolido, Baixa da Banheira...

You Belong in London

A little old fashioned, and a little modern.
A little traditional, and a little bit punk rock.
A unique soul like you needs a city that offers everything.
No wonder you and London will get along so well.

sábado, junho 23, 2007

Sonhos & blocos de notas


Fechei os olhos e sorri baixinho. Era esta a sensação do triunfo no escuro, bem lá naquele cantinho onde os sonhos nos aparecem sem darmos conta.
Implicava tudo, mais alguma coisa que agora não me lembro. Não me importo de tal, só deixo os pensamentos fluirem por aquele espaço livre sem controlo aparente.

Não faz sentido. Não tem que o fazer. Nada que realmente importe faz sentido.

E nós preocupados, consumidos, envolvidos pelo medo.

Sem agir naquela livre vontade que constitui o âmago da nossa existência. Já parei para pensar. Já me consumi em consistência suficiente para não me emocionar tão facilmente.
Esculpi um pedra, sem o saber. Sem ter tal objectivo. E que continuo a desconhecer, bem lá no fundo.
Resta-me a órbita daqueles cometas que conhecemos mas que não ousamos conseguir acompanhar. A não ser com o olhar. Que ao encontrar aquele rasto verde se anima em esperanças pouco mais que vãs, numa qualquer ilha longínqua, à sombra de coqueiros e meia dúzia de sonhos. Ou simplesmente um sorriso.

Não fiz sentido. Não tenho q o fazer. E isso é simplesmente redentor.



PS.: obrigado pela dica do bloco de notas, amigo. Esta, mesmo sem o saberes, também é para ti.

domingo, junho 17, 2007

Just a thought...


Será a derradeira desilusão do ser humano conhecer-se inteiramente a si próprio?

quinta-feira, junho 14, 2007

Perfeição


Perfeição em cinema será qualquer coisa como isto...

domingo, junho 03, 2007

Simplicidades

"Vencer não é nada, se não se teve muito trabalho; fracassar não é nada se se fez o melhor possível."

Nadia Boulanger

segunda-feira, maio 14, 2007

Grandmother

Ainda há dias dizia que há realidades que nos ultrapassam. Daquelas que nos é impossível combater ou contrariar, que somente deixam escorrer as inevitabilidades do destino. Lidamos com elas, habituamo-nos a recebê-las e damos o nosso melhor em cada dia que passa em busca apenas de um sorriso que permita afagar a alma.

Se há coisa que aprendi foi mesmo o valor de um sorriso. Aquele que via todas as manhãs, todas as tardes, todas as noites antes de me deitar. Aquela gratidão da alma, genuína como só esta consegue ser, o pequeno gesto, o toque mais singelo quando tudo o resto parece falhar, como uma máquina que aos poucos se desliga sem pedir. Via coragem perante a adversidade, simpatia como último assomo de nobreza de uma vida que se fez grande. Mesmo perante o destino daquelas coisas feias que nos fazem encarar a morte como um mal menor. Mesmo perante aqueles que amamos e que pensáramos não ser possível deixar de nos amar. Mesmo perante as realidades que nos ultrapassam e a cruel impotência que as preenche.

Mas o olhar não mente. Também o aprendi. Quando deixaste de contemplar o mundo pela beleza que ostenta e começaste a senti-lo como derradeira morada. Quando te permitiste a ti própria um descanso do castigo que não merecias. Não te vou censurar…Muito menos por esta data… A coincidência como um logro. Apenas e só uma na sua mais pura plenitude. Admirar-te-ei, sempre…

“vou lá ter, vó…” Talvez um dia…Por agora o teu quarto…fica simplesmente vazio.

PS.: Uma palavra para os amigos: os melhores

quarta-feira, maio 09, 2007

Coisas e isso...


Nunca pensei muito na miserabilidade da vida. Obviamente, porque não a contemplo nem tenho tempo para admirar esse tipo de sofismas. A não ser quando o tempo pára. E apetece empurrá-lo para a frente, qual carrinho de supermecado, atolado de compras desnecessárias. Aqueles momentos da vida em que o nexo das coisas é tudo menos um dado adquirido. Quanto mais, sobra uma confusão de ideias e sentimentos, um monte de fios embrulhados difíceis de alinhar. Procura-se, no fundo, um destino que nos conforme. Porque, tal como há dias me dizia amigo próximo, há quem se contente apenas com um telemóvel novo e um círculo de amigos no tasco após o jantar. A busca pela simplicidade das coisas tem esse inegável preço que passa pela sua complicação, pelo menos para quem se ousa questionar, indagar, permitir a si próprio cinco tostões de reflexão e meio tostão de troco, conclusões baratas, inverosímeis, caminhos tortuosos e tentadores.

Bastaria porventura um chão firme que sustentasse o meu peso. O mesmo chão que em tempos ostentou sucesso. No fundo, uma amálgama de sonhos infundados, confesso, mas com coerência mínima para poder ser levada a sério.
Agora procura-se talento. Uma forma digna de retomar esse trilho de outrora. Torneando vícios entretanto criados, o amargo da desilusão, o peso do insucesso. Ou simplesmente o resultado da mudança, da fraca inteligência emocional, o que importa? Quantas vezes sorri para o céu em busca de redenção...

Afinal quem serei eu? É a pergunta pela qual me bato a cada dia que passa, cada vez mais convencido que nunca serei capaz de lhe responder. Talvez porque a inconveniência da resposta me assuste. Talvez porque tema, por vezes, descobrir. Talvez porque nessa busca incessante de horas e dias e acções e loucuras e simples gestos inocentes nos esqueçamos da nossa interacção com o mundo e tudo o que nos rodeia. Haverá acção mais egocentrista? Creio que não. Mas o defeito da coisa não esconde a sua suprema necessidade. Ironicamente para melhorar a nossa predisposição para o mundo, e consequentemente, a nossa relação com os outros. Ou simplesmente porque antes de conhecer bem os outros tens forçosamente que te conhecer a ti próprio...

Já lá vão seis queimas. Recordo todas, desde o maço de tabaco da Vera até aos videos marados dos quatro fantásticos e as repas gigantes. Desde as bebedeiras e as ressacas na Constituição, às bengaladas do 4.o ano, passando pelas futeboladas e francesinhas do Requinte, cada vez mais uma tradição. Recordo com orgulho e aquela noçãozinha nostálgica de que cada coisa tem mesmo o seu tempo. Porque as coisas só começam realmente a ter piada, tal como diz o Dani, quando o nevoeiro se levanta. E então aí entramos num mundo à parte dos demais. Um mundo que o meu mundo já não contempla. Nem tem, obviamente, que contemplar...


"A vida é a arte de tirar conclusões suficientes a partir de premissas insuficientes."

Samuel Butler

domingo, abril 22, 2007

A coisa mais interessante acerca das coisas que nos rodeiam é perceber que por vezes elas nos ultrapassam. Sem um domínio que se invente.

Apetece espairecer.

Apenas e só deixar correr o mundo como aquele rio que desconheces. Conhecer-te a ti próprio, sim, aos teus mistérios e contradições, e deixar o teu universo fluir por caminhos e ondas nunca antes traçados. Gritar aos sete ventos a tua real identidade, e sentir a brisa bater na cara, a areia queimar nos pés, as palavras ecoarem sem sentido. Apenas abraçar a luz e caminhar com ela, beijar as montanhas e a lua e o sol, o breu que se lhe segue com propósito inusitado, mas viver a plenitude das coisas…com o doce sabor do seu âmago…e a plena (in)consciência…

Que sempre nos ultrapassa…

sexta-feira, abril 06, 2007

Descobertas e coisas

Tem sido tempo de profícuas descobertas e isso. Eis alguns exemplos:
- Descobri que o soro posto a correr mais rapidamente provoca esperneios e alucinações, para além de induzir más influências sobre o velhote/paciente da cadeira ao lado.

- Descobri que o boletim agrário ainda dá bem de manhãzinha, com aquela música de genérico que tão suavemente cai no ouvido e nos deixa atordoados para o resto do dia. Só um programa desta envergadura me permitiu saber que a cabra montesa do nordeste tem as tetas pontiagudas, e o que seria de mim sem essa preciosa informação.

- Descobri também que só se pode saber que ainda dá o boletim agrário as sete da matina através de duas formas: ou por manifesta insuficiência de magnésio no sangue (que entre outras coisas poderá conduzir a extremos actos de loucura como acordar as 7 da manhã para ver televisão) ou por espera desagradável numa sala de espera das urgências, com tv sintonizada na rtp1. Decidi optar pela segunda via.
- Descobri que quando for grande quero ser espartano.

- Descobri o que é ser gozado por termos um manco na nossa equipa, ou melhor, como um benfiquista nos tempos em que Beto era titular. Confesso que desde os tempos de Krajl que já não me lembrava dessa bonita sensação. Agora que temos um primo do Escobar na equipa, provavelmente enviado para cá com 3kg de coca nos intestinos, que é um prazer levar com as piadas sobre “o Renteria joga muito bem”, “o Renteria tem grande talento”, etc etc… Bastava alguém explicar ao rapaz que já devia ter mandado aquela treta cá para fora senão vai continuar a tropeçar na bola.

- Descobri que aqueles placards luminosos todos jeitosos das conservatórias de registo civil e que indicam o nro que vai ser atendido funcionam como decoração e não como instrumento. Ficam mesmo bem ali ao lado dos vasos e dos funcionários com cara de esteios.

- Descobri também que os putos são potencialmente mais perigosos junto de telemóveis luminosos. Aonde? Em conservatórias de registo civil.

- Descobri que o Sócrates não tem nenhum curso superior e chegou a primeiro-ministro. Isso quer dizer que com a minha licenciatura já posso aspirar pelo menos a secretário da assembleia-geral da junta de freguesia.
- Descobri que ser tuga é muito fixe. Naaa, estava a brincar...

- Descobri que na Páscoa as pessoas limpam as casas e isso.

- Descobri que as gastroenterites doem um bocado. Mas que depois passam.

- Descobri que ter moral é muito, mas não tudo.

quarta-feira, março 14, 2007

Para quem me quiser voltar a aturar a falar sobre cinema...


Em "About Schmidt" ressalta desde logo, sempre, em constância supreendente, o talento inato de Jack Nicholson, com subtileza, com excessos, com expressividade ou indiferença, enfim, tudo naquela justa medida que o torna, quanto a mim, um dos melhores actores de sempre. Ou então, como dizia um amigo meu, este homem mesmo que o queira não sabe ser um mau actor...
De resto, um filme interessante, de digestão fácil e momentos de fina comédia, contando com um argumento sólido e aquela mestria que só este senhor nos pode trazer.


Em "Children of Men", por outro lado, ressalvei o trabalho de câmara e a fotografia daquela Londres futurista, negra e profundamente desesperante face aos sentimentos que despertam na humanidade em 2027. Alfonso Cuaron, o realizador, foi curiosamente o produtor de "El Labirinto del Fauno", e pertence à recente armada mexicana que invadiu a edição deste ano dos Óscares. Neste contexto, a Academia também nomeou esta fita para três categorias, fotografia, edição e argumento adaptado. Há história, há reflexão, um Michael Caine em bom estilo e um Clive Owen convincente. Ao contrário do desenlace, infelizmente... De qualquer forma, temos qualidade e pelo menos duas soberbas cenas de acção que vale a pena reter...

terça-feira, março 06, 2007

SNS parte II


Terça-feira de manhã, ligo para o hospital, na esperança de falar com o gastroenterologista que acompanha o processo da minha avó…

“- Hospital!” (mas que bela maneira de atender...)

“- Estou sim, bom dia, estou a ligar por causa da minha avó, ela fez uma gastrostomia há cerca de 2 meses aí no hospital e agora parece ter havido uma complicação, gostaria de saber se é possível falar com o médico que a acompanhou…”

(interrupção brusca)

“- Só um momento, vou passá-lo para alguém das urgências…”

(ouve-se música irritante)

“- Estou sim, serviço de urgência.”

“- Bom dia, é o seguinte, a minha avó teve um problema com a gastrostomia que realizou há pouco tempo, eu gostaria de falar com o gastroenterologista…”

(nova interrupção, esta menos brusca um bocado…)

“- Peço imensa desculpa, a minha colega enganou-se a transferir a chamada, vou passá-lo para o serviço indicado…”

(música irritante)

(após uns bons minutos de espera – eu sei, sou um gajo paciente – ouve-se nitidamente o som de quem levanta o telefone para imediatamente o desligar outra vez)

(mais alguns segundos…)

“- Sim?” (voz familiar)

“- Estou sim, eu gostaria de falar com o gastro…”

(3ª vez que me interrompem)

“- Eu não acredito, peço imensa desculpa, voltaram a transferi-lo para as urgências, só um momento”

(música irritante, paciência a esgotar-se…)

(um minuto depois, finalmente, alguém atende…)

(ruído de fundo…)

“Oh Aaana!....Sim?”

(pela enésima vez, repito a lengalenga, cada vez mais resumida…)

“- Sim, bom dia, eu gostaria de falar com o gastroenterologista que está a seguir a minha avó, houve uma complica…”

“- Como se chama o médico?”

“- Dr. J., não me recordo do sobrenome.”

“- Só um momento…”

(mais alguns segundos daquela fantástica música)

“- Exames especiais, bom dia…”

“- Estou sim, eu gostaria de falar com o gastroenterologista da minha avó, o dr. J.”

“- Dr. quem?”

“- Dr. J.”

“ - Ele não está”

“ - Não está?!”

“- Não, nem hoje nem amanhã…”

(vontade de espancar alguém)

“- Hmm…ok, muito obrigado…”

(fim da chamada)

E já nem falo da linha azul do hospital, essa nem sequer funcionava. Passo a transcrever o que vem na folha de instruções fornecida à família após a cirurgia a que a minha avó foi sujeita: “em caso de complicação contactar imediatamente o médico”. I rest my case…

segunda-feira, março 05, 2007

Il labirinto del fauno


Simples e belo... Como tudo na vida deveria ser...
PS. Uma palavra para ti, bem sabes porquê... :) enjoy it*

sexta-feira, março 02, 2007

Divagações cinematográficas...

Quando falamos de cinema, pelo menos para um aprendiz de apreciador da arte como eu, falamos essencialmente da criação de atmosferas. Só agora tive a oportunidade de ver “Batman Begins”. O DVD andava para aí perdido no meio das revistas, whatever. Mas tenho que admirar o trabalho de Cristopher Nolan. Se realmente o objectivo é a construção de ambientes que nos envolvam, então todo o mérito ao homem que nos havia já surpreendido com a mestria de “Memento” e “Insomnia”. É fantástica a recriação de Gotham City, cinzentona, corrupta, alicerçada nos padrões do crime que mais tarde Bruce Wayne acaba por interiorizar, por meio de um processo de aprendizagem nunca antes visto em Batman, bem mais negro do que a fantasia dos vilões da comic book ou a despropositada feminilidade de Robin, o fiel compincha que aparecerá em aventuras subsequentes. Aqui o verdadeiro companheiro de Bruce é o mordomo Alfred, mostrando aquela sobriedade a toda a prova do grande actor que é Michael Caine. Mesmo a preparação para as seguintes aventuras do herói é extremamente bem feita. E depois aquela frase: “It's not who I am underneath, but what I do that defines me…” Absolutamente rendido.



E já que rebusco a temática, permitam-me uma curta opinião sobre os Óscares 2007. Com toda a sinceridade, gostei que “The Departed” tenha vencido. Não vi ainda “Letters from Iwo Jima” nem “A Rainha”, mas julgando pelo que me sobra, o filme de Scorcese pareceu-me, considerando as limitações do género no que aos gostos da Academia diz respeito (tem sido mais bonito dar o prémio a dramas, claro está), à vontade, o melhor.

Convenhamos, Clint Eastwood não podia ganhar mais um Óscar, já que tem essa pequena mania de tudo o que realiza ter nível para a estatueta, e a biografia da Rainha Isabel II, por muito boa que possa ser também, consagrará essencialmente a grandeza da actuação de Helen Mirren, justamente (pelo que dizem) galardoada com o título de melhor actriz principal. De “Little Miss Sunshine” guardei excelente impressão, pela subtileza com que aborda uma série de temáticas interessantes, sem nunca perder a leveza de uma boa comédia que por momentos nos consegue levar as lágrimas. Mas sendo o típico filme “indie”, dificilmente teria hipótese, até pela excelente consagração que já foi a estatueta de Alan Arkin como melhor secundário ou a nomeação da pequena mas talentosa Abigail Breslin. Quanto à obra de Inarritu, "Babel", junto-me facilmente aos muitos que dizem que este, sem ser um mau filme, tem sido certamente sobrevalorizado. Confesso que adorei o seu precursor na chamada triologia do medo, “21 gramas” (ainda me falta “Amores Perros”), e sendo assim, dificilmente acharia que este poderia alcançar o mesmo nível. Se o retracto das diferentes culturas, das falhas de comunicação ou do chamado efeito borboleta acabam por não estar mal gizados, a película parece caminhar para um desfecho que não existe, para uma hipotética conclusão que não convence ninguém. Uma bala perdida pode conduzir a um incidente internacional em ambiente pós-terrorismo, ok, a relação pais-filhos constitui-se de uma relevância primordial, sim sr, histórias em paralelo com um ponto em comum, óptimo, paisagens deslumbrantes relatando diferentes realidades pelo planeta fora, muito bonito. E o que isto nos traz de novo? Inarritu tem talento, sim, mas não pode fazer um filme como se de um prato novo baseado nos mesmos ingredientes de outras iguarias do passado se tratasse. O segredo não está certamente no que ele mete na panela, mas sim na maneira como o cozinha…



Quanto ao vencedor, bem, consagra finalmente a mestria de um dos melhores realizadores de Hollywood, que provavelmente já mereceria este prémio por realizações anteriores. Em “The Departed”, contudo, há uma intriga fantástica e que permite obter o máximo rendimento de excelentes actores. Não muito mais que isto, sim, mas de extrema qualidade. Nicholson é sublime. Aliás, quanto a mim, uma das grandes injustiças da Academia foi não o ter incluído no lote dos nomeados, bem como a “Blood Diamond”, um filme que consegue realmente arrebatar (a cena do reencontro de Solomon com a família no campo de refugiados é uma pérola, para além da que dá origem à intriga), contando com excelentes interpretações de Djimon Hounsou e de um Di Caprio cada vez mais maduro (como já havia acontecido no filme de Scorcese, começo a render-me…). De resto, da cerimónia em si, o que se esperava, tudo bem repartidinho, sem grandes ondas, com apresentadora a condizer, engraçada mas com moderação, não vá haver depois azia para aqueles lados (volta Jon Stewart, estás perdoado…). A reter a fantástica entrada em cena de Jack Black, Will Ferrell e John C. Reilly. Para o ano há mais.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

The Simpsons Movie Trailer #3

Já que não me deixam meter o verdadeiro video, fica pelo menos o link...

get ready....probably...to the best movie ever made...

http://www.youtube.com/watch?v=OL50ddCSJmo

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

SNS

O Sistema Nacional de Saúde:

A minha avó tem uma consulta de gastroenterologia, de pós-operatório, marcada para as 13.30 no Hospital Padre Américo. Por motivos de debilidade física justificada da paciente, os Bombeiros Voluntários mais próximos são contactados para o transporte a que têm direito desde o domicílio (neste caso cerca de 1 km de distância), financiado pela instituição hospitalar. Fica acordado estarem cá por casa pelas 13h.

13.15 Chegam os bombeiros.
13.20 Chegada ao Hospital. Entrega da documentaçao necessária na recepção.
13.30 Entrada na sala de espera da consulta externa da especialidade.
13.55 Chega o médico gastroenterologista.
15.20 Chamada para a consulta.
15.30 Acaba a consulta.
15.35 Ligo para os bombeiros para que estes venham transportar a paciente a casa.
15.50 Chegam os bombeiros ao hospital. Pedem para aguardar um pouco, visto que um deles vai visitar o sogro ao internamento.
16.15 Início do transporte para casa.
16.20 Chegada a casa.

Vá lá, podia ser pior. Imagine-se que o médico se atrasava mais do que meia hora a tomar café, que haviam mais do que 23 doentes marcados para esta tarde ou que o bombeiro também tinha por azar internada a prima da irmã mais nova do cunhado. Não tenham dúvidas, somos uns sortudos nós...

domingo, fevereiro 11, 2007

MEC

MEC é um dos meus cronistas preferidos. É culto, diverte, e espantoso bónus, ainda diz algumas verdades... Aqui fica uma das suas passagens:
"Quando se está na fossa quer-se sair, mas não é logo. Para se poder subir nas melhores condições quer-se primeiro que o outro desça um bocadinho até nós - ponha o dedo grande do pé na nossa fossa e diga «Desgraçado!». Apetece dizer: «Oh pá, não me animes assim a frio. Tem calma. Bebe um copo, comisera um bocadinho!»"
Miguel Esteves Cardoso, in Explicações de Português

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Dig - Incubus

We all have a weakness
But some of ours are easy to identify. Look me in the eye,
and ask for forgiveness.
We'll make a pact to never speak that word again.
Yes, you are my friend.
We all have something that digs at us,
at least we dig each other.

So when weakness turns my ego up
I know you'll count on the me from yesterday.

If I turn into another
dig me up from under what is covering
the better part of me.
Sing this song
remind me that we'll always have each other
when everything else is gone.

We all have a sickness
that cleverly attaches and multiplies
No matter how we try.
We all have someone that digs at us,
at least we dig each other.

So when sickness turns my ego up
I know you'll act as a clever medicine.
If I turn into another,
dig me up from under what is covering
The better part of me.
Sing this song!
Remind me that we'll always have each other
when everything else is gone.
Oh, each other when everything else is gone.
É absolutamente impensável que leia este post, aliás, só ligaria mesmo o pc se embarrasse no on ao limpar o pó, mas quanto mais não seja, pela sua personalidade, paciência, simpatia, altruísmo (e mais uma lista interminável de adjectivos que me escapam de momento...), e, essencialmente, enorme dose de coragem dos últimos tempos... talvez de sempre, esta sra merece uma pequena mas sincera homenagem... Afinal, hoje foi o dia dela, e valha a verdade, não fosse ela e não estava aqui eheh...
Parabéns D. Otília!!!

domingo, janeiro 28, 2007

O mundo da lua












Abrir os olhos...
Ver-te...
Reter-te...

Ao teu olhar, a tua aura...
O teu jeitinho de anjo...

Contemplar a lua (ou o paraíso...)
Todo um mundo no teu sorriso :) )

terça-feira, janeiro 16, 2007

Prison Break

Permitam-me falar um pouco sobre esta série. Para os que me aturam no dia-a-dia as minhas desculpas, já que não tenho calado a matraca nos últimos tempos acerca disto. Mas é que se trata mesmo de excelente televisão.

Para quem ainda não está a par (ainda bem que a RTP se dignou em comprar os direitos, se bem que sem a merecida publicidade, que por exemplo Anatomia de Grey, outra boa série, mas sem metade das virtudes desta, usufruiu aquando da sua estreia), a história de Prison Break gira em torno de Michael Scofield, o inteligente e reservado engenheiro civil que vendo o seu irmão mais velho injustamente condenado à morte, se atira propositadamente para dentro da prisão de Fox River, com um plano genial de fuga que visa a salvação de Lincoln.

Tudo o que mais rodeia o fio condutor da acção são efeitos colaterais, que vão desde as peripécias de cada um dos protagonistas da evasão, até ao mais alto patamar das teorias conspirativas, uma vez que, tal como afirma Scofield, "getting out is just the beginning..."

De resto podemos observar a receita que tem acompanhado as mais recentes séries de sucesso, como 24 ou Lost: múltiplos planos de acção, suspense a rodos, intrigas cuja resolução obriga a um esforço extra por parte dos nossos neurónios. O segredo de Prison Break, no entanto, na minha opinião, reside não só na sua excelente capacidade de gestão desses planos, com equilíbrio e coerência, mas também no grau de coolidade (perdoem-me o neologismo) do protagonista, por quem é impossível não sentir algum grau de simpatia. A sequência da história é muito bem dirigida, os actores têm qualidade e não parecem haver pontas soltas. Para além disso, um pormenor curioso: corre tudo mal aos homens, camandro! Quando se espera que alguém simpatize com as almas de modo a facilitar-lhes a vida, que alguém se "esqueça" daquele objecto, tenha aquela acção "conveniente" (coisa que é usual vermos noutras séries ou filmes do género), acontece precisamente o contrário, o que por si só é mais um motivo para não conseguirmos tirar os olhos da tv.

Simplesmente magnífico, viciante... Se por momentos esquecermos a eternidade dos Simpsons e a classe de Os Sopranos, arrisco a dizer que é a melhor série que vi até hoje. Por isso fica a dica… Altamente recomendada!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Só duas ou três coisinhas...

Coisinha nro. 1. Poucas vezes tiro fotos tipo passe. Raramente tiro fotos tipo passe. Aliás, só quando obrigado e atiçado por uma matilha de canídeos esfomeados é que tiro fotos tipo passe. Mas como tendo a promover a qualidade, tenho por hábito frequentar sempre o mesmo fotógrafo. Há um glamour incontornável naquele laboratório. A começar pelo próprio fotógrafo, de cabelo branco, idade respeitável, sempre com aquele sorriso sincero, a pose austera, de mãos atrás das costas e amabilidade incontida, aquela simpatia que faz brilhar os olhos de cada vez que a campainha toca. Umas escadinhas no vão, o corredor estreitado pelos vasos… Um gato molengão, daqueles a quem a vida deu mais sorte do que a própria sorte lhe poderia contar, miar mimado, passo que se arrasta… As fotos, claro, essas de mil sorrisos, caras bonitas, o Sameiro iluminado…parei nas máquinas antigas, tiradas de filme dos anos 20. Depois a postura. Ao milímetro. O pequeno banco, cruzar a perna, esperar pelo flash, a cara feliz. E já está. A preocupação genuína pela dignidade da foto, coisa já rara de se ver… Ao sair rever bem a dita, que pode alguma coisa estar mal… Tenho direito a poster. Tenho direito a por momentos saborear o encanto de um pequeno mundo. Com a promessa que voltarei…obrigado.

Coisinha nro. 2. Há jogadores que definem o significado da palavra classe. Que têm requinte, postura, personalidade com uma bola nos pés, provando aos seguidores da coisa que ainda é possível ver arte no desporto. Rui Costa é um deles. Fico feliz pelo seu regresso. E sou portista.


Coisinha nro. 3. Encontro amigo antigo e ponho a conversa em dia. Segundo ele, pessoa recta e realista, a grande vantagem dos Estados Unidos acaba por ser a sua suprema variedade. De pessoas, locais, culturas, etnias, bancos de autocarro ou simplesmente coisas. E de respeito. O que desde logo, abrindo espaço para debater um sem número de situações, faz pressupor algo muito simples. Construir o nosso próprio estilo, a nossa própria vida, a nossa própria cena sem que ninguém nos incomode por isso. E com o bónus de haver quem goste disso. Há quem sequer não saiba que isso é possível, há quem passe toda uma vida ignorando que podia ser mais feliz. Estranho. Não seria esse o objectivo que nos traz por cá?


Coisinha nro. 4. De cada vez que venho para o pc deparo-me com uma bola de chocolate estrategicamente situada de forma a me poder torturar todos os dias. Estranho dilema este… Devorar ou não devorar? Manter a obra, de regalo indiscutível, ou simplesmente adoçar a mente com o petisco, saboreando-o a cada trago? Apesar das inegáveis vantagens da segunda via, prefiro deleitar-me com as inevitabilidades da primeira. De cada vez que vislumbro o esférico, bem perto do botão do “Iniciar”, lembro-me que ainda há pessoas genuinamente belas neste mundo, capazes de o apreciar com a pureza imprópria da sociedade actual . Sim, tenho sorte.

terça-feira, janeiro 02, 2007

A lua...


Só queria escrever algo que ousasse alcançar, por momentos que fossem, o estatuto da tua beleza...

Mas não creio que o consiga. O céu fica demasiado longe... e as palavras que me ocupam são vagas, gotas num oceano que só pode ser de felicidade...

Importa o sentimento... e a lua ;)

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Ano novo...

A cada lágrima que me assalta o brilho do sol e o manto da noite. Pensei em alternativas, mas em vão. Tento a fugaz via da evasão que sei ser ineficaz. Não sei que mais fazer senão vergar-me ao desenrolar das coisas, porque o destino quer que assim seja e eu não tenho força para o enfrentar. Prefiro agarrar no cobertor e anichar-me num canto escuro, longe da acção do mundo, afinal o único local onde poderei ter paz. Não, não é um exagero, mas sim o simples caminho que me resta tendo em conta o momento. Porque viver do momento tem este preço. Tanto subir aos píncaros como viver refém das suas opções. Porque as coisas às vezes não têm de fazer sentido. Porque não devia haver lugar para mentalizar. Ou tal como dizia Proust: “Em amor é um erro falar-se de uma má escolha, uma vez que, havendo escolha, ela tem de ser sempre má.”
PS.: O balanço de 2006 fica para uma próxima oportunidade. O que só pode ter um significado. Que as coisas, em matéria de alma, pois claro, até correram bem, pois senão já tinha tinha dissertado sobre o assunto, isso com toda a certeza.