sexta-feira, junho 24, 2005

Saint Jon

Hoje pus-me a olhar para este cenário. Isto anda um bocadito fracote…Pois é, uma vida muito ocupada. E uma mente também… Enfim, hoje é dia de Saint Jon. O povo diverte-se, os balões sobem ao céu, dão-se firmes marteladas como se não houvesse amanhã. Comem-se as belas das sardinhas. Ainda as sinto a navegar no intestino delgado, afogadas no meio do azeite. Que se seguirá, o regresso do alho-porro assassino?

Ponho-me a olhar para o céu. Há fogo de artifício, um 747 a piscar ao longe e um balãozinho com a sua luz deambulante prestes a desaparecer no horizonte. A lua não aparece, deve estar envergonhada. Mas anteontem estava magnífica. Grande, majestosa, cheia de luz, de brilho incandescente e de magia por entregar. Era o dia mais longo do ano e a rainha do baile não podia faltar à festarola. Hoje a noite é para outras luzes. Nada de protagonismos exacerbados, bem entendido. Quem diria que os astros podiam ser tão inteligentes? ;)
Ah, e não, por favor não me peçam mais para meter imagens aqui. A sério, chega de mails e telefonemas intimidatórios. Simplesmente recuso-me a trabalhar com o Hello. Afinal, que se poderá pedir mais de um programa com um nome tão cinicamente ridículo?

domingo, junho 12, 2005

Bla bla bla bla bla bla

Olá povo! (ou o que resta dele) Ultimamente o tempo tem sido escasso, por isso escrita só mesmo nas aulas...e pouca porque canso-me depressa. De resto, o costume, frequências, trabalhos, o trabalho de apresentar o trabalho, cinema e fugir das praias o mais possível, não vá um arrastão apanharmo-nos e deixar-nos com as mãos a abanar...
Bem, tou cansado. Deixo-vos portanto umas linhas de prosa da minha amiga ishta, companheira de aventuras... jornalísticas e afins, e sra de talento respeitável nestas lides. Portem-se bem.
"O vazio. Ultrapassa as fronteiras, define os contornos e as formas de uma sala, as formas de um corpo e as dimensões de mim. Entra para lá das portas fechadas, e preenche o limiar da memória, sem sequer as abrir. Preenche páginas, enche caixas de bilhetes. Assina a sua marca, marca o milímetro da passagem e o milésimo de segundo da paragem.Sussurra um nome e uma palavra.
Acreditei em esperanças e sonhos que eu própria criei. Depressa constatei que o sonho se tornara vulgarmente triste... De uma espera sem objecto... De uma luta contra o nada...
Ok, e daí? Sim, viro a cara a quem merece. Sim, sou de fitas e tenho paranóias. Sim, tenho percepções sem fundamento, mas com pressentimento. Quero o limite. Já não há paciência. Cinismo. Retracção. Vergonha. Sei lá eu o que te reveste nestes dias que vigoram. Um de nós vai ter k se reciclar. Isso é ponto assente.
E se no final me parecer que o mundo gira ao contrário, ou ao contrário do contrário, seja no sentido dos ponteiros do relógio ou mesmo sem sentido algum, dir-te-ei que fui feliz, naquele momento, naquele dia, ou até mesmo naquele segundo que ficará eterno até o eterno não ter mais sentido."
Ishta 05'

sábado, junho 04, 2005

Uma questão de espírito

Lembro uma passada aula de dinâmica de grupos. A emoção foi incontida. Vivem-se os últimos dias de uma autêntica era que acaba na nossa vida. Motivo de tristeza? Não. Tal como subtil mas eficazmente a professora me fez notar, dou mais valor ao lado positivo da questão, que é como quem diz, à inegável e feliz capacidade de termos criado verdadeiras amizades, incapazes de ruírem com o tempo ou pequenas distâncias espaciais. As etapas são mesmo assim, existem para serem ultrapassadas, vividas na sua máxima plenitude e rapidamente substituídas por outras que nos revigorem a alma. Claro está que existem umas que são mais do que outras, e que por serem algo mais são dignas de serem recordadas. Com choro e melancolia? Não. Em conjunto com quem as vivemos, ao sabor de uma bela jantarada, sim. Porque o espírito, esse, por mais etapas que sejam vividas ou barreiras que sejam transpostas, nunca há-de morrer…