terça-feira, março 06, 2007

SNS parte II


Terça-feira de manhã, ligo para o hospital, na esperança de falar com o gastroenterologista que acompanha o processo da minha avó…

“- Hospital!” (mas que bela maneira de atender...)

“- Estou sim, bom dia, estou a ligar por causa da minha avó, ela fez uma gastrostomia há cerca de 2 meses aí no hospital e agora parece ter havido uma complicação, gostaria de saber se é possível falar com o médico que a acompanhou…”

(interrupção brusca)

“- Só um momento, vou passá-lo para alguém das urgências…”

(ouve-se música irritante)

“- Estou sim, serviço de urgência.”

“- Bom dia, é o seguinte, a minha avó teve um problema com a gastrostomia que realizou há pouco tempo, eu gostaria de falar com o gastroenterologista…”

(nova interrupção, esta menos brusca um bocado…)

“- Peço imensa desculpa, a minha colega enganou-se a transferir a chamada, vou passá-lo para o serviço indicado…”

(música irritante)

(após uns bons minutos de espera – eu sei, sou um gajo paciente – ouve-se nitidamente o som de quem levanta o telefone para imediatamente o desligar outra vez)

(mais alguns segundos…)

“- Sim?” (voz familiar)

“- Estou sim, eu gostaria de falar com o gastro…”

(3ª vez que me interrompem)

“- Eu não acredito, peço imensa desculpa, voltaram a transferi-lo para as urgências, só um momento”

(música irritante, paciência a esgotar-se…)

(um minuto depois, finalmente, alguém atende…)

(ruído de fundo…)

“Oh Aaana!....Sim?”

(pela enésima vez, repito a lengalenga, cada vez mais resumida…)

“- Sim, bom dia, eu gostaria de falar com o gastroenterologista que está a seguir a minha avó, houve uma complica…”

“- Como se chama o médico?”

“- Dr. J., não me recordo do sobrenome.”

“- Só um momento…”

(mais alguns segundos daquela fantástica música)

“- Exames especiais, bom dia…”

“- Estou sim, eu gostaria de falar com o gastroenterologista da minha avó, o dr. J.”

“- Dr. quem?”

“- Dr. J.”

“ - Ele não está”

“ - Não está?!”

“- Não, nem hoje nem amanhã…”

(vontade de espancar alguém)

“- Hmm…ok, muito obrigado…”

(fim da chamada)

E já nem falo da linha azul do hospital, essa nem sequer funcionava. Passo a transcrever o que vem na folha de instruções fornecida à família após a cirurgia a que a minha avó foi sujeita: “em caso de complicação contactar imediatamente o médico”. I rest my case…

2 comentários:

Vera Gonçalves disse...

Axo k nem consigo comentar lolix

Daniel C. disse...

Filhos de uma grandessíssima meretriz que não tem outro nome.
Já nem se trata de incompetência mas de uma completa e total falta de respeito.
Não há paciência que aguente estas cenas, já não sei o que posso dizer mais.
Boa sorte, pois parece ser este o único requesito para ter acesso a cuidados de saúde nesta merda de país.
Gd abxo