terça-feira, novembro 22, 2005

Um rumo...


Quis o mundo que os nossos caminhos divergissem sob o signo sempre decidido do destino. Não pensei sequer em lutar. Olha-se para a frente com a frontalidade que se nos assume em clarão de efémera coragem e reza-se para se esquecer o arrependimento. E depois é o acreditar em melhores desígnios, num coração forte e numa alma que não chore com lágrimas grossas um passado que nunca o chegou a ser realmente. Lugares ainda não percorridos, sensações não vividas, metas não atingidas. Enganar com peneira uma alma pobre de afectos e jurar que o passado não pode ser mais sombra deslocada e incómoda. Assim o peito aberto permita enfrentar as amarras de uma rede que tolhe. Que os laivos de sensatez e lógica exacerbadas naufraguem de uma vez em mar profundo. Assim o barco deixe de ser apenas ilusório e cumpra finalmente sua rota. Talvez a jornada se conclua um dia. Não peço novos continentes, cabos dobrados ou tesouros escondidos. Apenas um rumo…

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