segunda-feira, janeiro 30, 2006

Thoughts...


Perdido por momentos por entre o sol de Inverno, sentiu fugazmente o sabor da felicidade. Sabia que algo estava incompleto, como se de um puzzle em montagem se tratasse, mas a agradável subtileza com que as outras peças por ora se encaixavam mascarava a perda, permitindo a ilusão satisfatória da plenitude. Há consciências verdadeiramente chatas, de permanente sobreaviso e realismo incómodo, da qual ele sabia ser impossível conseguir fugir. Era tão apenas e só uma questão de tempo. Mas enquanto durasse, o momento dever-se-ia eternizar, aproveitar, engrandecer até ao tutano, de modo que a vida, por entre os seus meandros de causas perdidas, tivesse enfim uma pausa que merecesse ser contemplada.

A importância desmedida das grandes coisas tinha este tipo de consequência, que insistia em ignorar o valor das mais pequenas. Ele sabia que o sonho, ou seu parente próximo, não passava disso mesmo, de um sonho. Não ousava trazê-lo para o plano da realidade, porque os efeitos, a existirem, seriam demasiado maus para que ele pudesse vir a aceitá-los sem se culpar a si próprio por não ter pensado em alternativas. Preferia deitar-se e simplesmente deixar a alma voar, pensar em como seria bom se um dia se concretizasse, sustendo na mente aquela imagem que o aconchegava, do que simplesmente divulgar o segredo, transformá-lo em problema e estragar o que por agora tinha sido atingido. Era demasiado bucólico, ele sabia-o, mas continuava a querer dar valor às pequenas coisas, que o faziam todos os dias um bocadinho mais feliz, em vez de uma realidade cinzentona e agreste, que no fundo, acreditava não merecer. Talvez se enganasse a si próprio, mas que importa, se nunca tivesse dependido dele a opção?...

sábado, janeiro 21, 2006


Só para dizer
que te amo,
nem sempre encontro
o melhor termo,
nem sempre escolho o melhor modo.

Devia ser como no cinema,
a lingua inglesa
fica sempre bem
e nunca atraiçoa ninguém.

O teu mundo
está tão perto do meu,
e o que digo está tão longe
como o mar esta do céu.

Só para dizer que te amo,
não sei porquê este embaraço,
que mais parece que só te estimo,
e até um momento em que digo
que não quero e o que sinto por ti
sao coisas confusas.
E até parece que estou a mentir
As palavras custam a sair
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrario do que estou a sentir

O teu Mundo
está tão perto do meu,
e o que digo está tao longe
como o mar esta do céu
E é tão dificil, dizer amor,
é bem melhor dizê-lo a cantar.

Por isso esta noite
fiz esta canção
para resolver o meu problema de expressao.

Pra ficar mais perto
Bem mais perto
Fica mais perto
Bem mais perto

Clã - Só para dizer

domingo, janeiro 01, 2006

2005 ou o ataque de um realismo inconsequente


Uma revista do ano?? Terminei o curso, arranjei emprego, o Benfica foi campeão. É no mínimo surpreendente que após 5 minutos de azáfama cerebral me não consiga recordar de algo mais relevante. Estarei a ficar demasiado cinzento ou terão os golos de Mantorras simplesmente bloqueado as minhas sinapses? É por estas que dou valor à procissão de hippies que recentemente invadiu Gaia para a passagem de ano. Pelo menos esses dirão: “2005?? Trabalhei 3 meses, visitei Amsterdão (pela 18.ª vez), Bruxelas e Praga, comprei uma VW de 87 e passei o ano em Portugal com os amigos, conhecidos, uma simpática apresentadora de TV e aquela coisa que comprei em Amsterdão e que me forçará a trabalhar mais 3 meses em 2006 para que possa ir lá pela 19.ª vez…”

Esperemos que 2006 seja bom. Ou pelo menos com mais e melhores momentos passíveis de recordação em 2007. E para que assim na próxima passagem de ano quando me disserem “que o próximo ano seja melhor que este!” eu possa responder não “também acho” mas sim “impossível…”

Momento do dia: o esquilo do Ice Age. Oxalá todas as personagens de comédia do cinema contemporâneo tivessem um terço do talento daquele bicho.