sexta-feira, julho 28, 2006

Já que estamos numa de cinema...


Permita-me o sr. Jorge Silva, do 7arte.net, colocar aqui a sua crónica ao "Fiel Jardineiro", do genial Fernando Meirelles ("Cidade de Deus"), com a qual concordo em pleno. Não me ocorre a colocação de adendas, a não ser o reforço da qualidade deste filme, que mistura uma das mais belas histórias de amor já vistas com um enredo bem mais que simplesmente razoável, conotado de uma moralidade que nos toca e deixa a pensar. A forma como Meirelles filma o continente africano e a crueldade das suas ruas é brilhante, como o já havia sido nas favelas brasileiras, com esse soberbo extra que são as paisagens quenianas. Apaixonante...
"Porque o amor é aquilo que mais vale a pena e salvar uma pessoa é salvar o mundo inteiro, vale muito a pena ver «O Fiel Jardineiro».
Narrativa que imbrica a história de amor entre Justin (magnífico Ralph Fiennes, de uma contenção à prova de bala) e Tessa (bela e ambígua Rachel Weisz) com a intriga global composta pela promiscuidade entre a indústria farmacêutica e a diplomacia britânica, este é um feliz exemplo do casamento entre a diversão e a reflexão. E há duas coisas particularmente comoventes neste filme. A primeira é a forma como dá a ver as vidas com diferentes preços: África surge como um continente maldito permanentemente colonizado (transformando-se a antiga colonização política numa neo-colonização económica). Uma vida no Quénia vale muito pouco e poucos se importam com isso (eles são tantos que, se não os podemos ajudar a todos, mais vale não ajudarmos nenhum.). A segunda é a maneira como Justin vai acabar por completar o trabalho da sua mulher na ausência dela. É nessa viagem também de auto-descoberta que, vendo as coisas com os próprios olhos, Justin percebe melhor a mulher e acaba por partilhar o seu ponto de vista. É, no fundo, através da reconstituição da vida (algo secreta) dela que ele acaba por sublimar o amor entre os dois.
Trata-se de um importante relato global dos nossos iníquos tempos que se torna particularmente emotivo por não existir fora das convulsões particulares de cada ser humano. Que isto resulte da adaptação de uma obra de John Le Carré por parte de um cineasta brasileiro como Fernando Meirelles é, no mínimo, surpreendente. E que bela banda-sonora de Alberto Iglesias."
Jorge Silva
PS.: Eu já era fan de Rachel Weisz. Agora...
PS parte II: Permite-me o desabafo, já sabes que continuas a ser a minha activista preferida ;)

3 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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