quinta-feira, novembro 09, 2006

Inspiro-me

Inspiro-me? Nada mais errado.
Como se o ego não se construísse. Deixaste-me assim, a pele nua. Um Outono de palavras, com folhas secas de pontuação. Foi-se o momento, a respiração sentida. Agora o que resta é um manto de pensamentos. O peito cansado e uma memória recalcada.
Espero rever-te, sem mais delongas, o negro justo, o coração apertado, a esperança de que retornas... sempre. Sem destinos retorcidos, confusões de tempos ou relógios chatos, inoportunos. Apenas tu. Como se o mundo não se concluísse. Basta-me o olhar, o sorriso, o peso da tua mão...
Agora sim, inspiro-me. O tempo passa, mas tu não.

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