O Lugar do Corgo podia ser mais um de tantos blogs...e é. Ou se calhar não, é pior. Sei lá, pode ser o que quiserem, who cares??
domingo, dezembro 31, 2006
NYE
Fica a sinceridade do voto, afinal o que mais importa no meio desta catrafada toda.
FELIZ 2007!!
PS.: prometo redimir-me em breve...
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Christmas divagations
A questão coloca-se permanentemente na nossa vida. O sacrifício pessoal é algo de nobre, mas por vezes inútil. Os esforços medem-se em escalas diferentes, como se de sistemas de medida independentes se tratassem, porque o mundo é mesmo assim, pleno de diversidade e mentalidades.
Para sempre perseguirei as razões do ser, do agir, do acontecer. Não importa a forma, as consequências, mas a busca em si, o objecto do gesto, se calhar nunca as respostas, mas a pergunta por si só. É a última fronteira que me separa da loucura, de um sistema de vida conformado e dogmático, sem ponta de irreverência pela qual esta passagem faça sentido. É o meu último reduto, o meu último refúgio, aquilo a que me agarro naquelas noites mais difíceis antes de adormecer. Sim, logo a seguir aos pensamentos auto-destrutivos e à tentativa infrutífera de trazer mais alguma justiça a este mundo. Logo a seguir a descobrir que sou paciente, porventura chato, excessivamente obcecado em ideias e assuntos de mentalidade e afins, honesto até uma permissividade que me arrasa. Mas livre.
Talvez por isso esteja a escrever sozinho, ao sol, em plena tarde de Natal. Sozinho não, tenho a minha avozita, vergada pelo peso de uma dessas coisas que não fazem sentido na vida, sentada a meu lado. E isso orgulha-me.
domingo, dezembro 24, 2006
Merry Christmas
Em vez da bonecada costumeira, deixo este link, experimentem que é engraçado...
http://www.busybus.co.uk/design/xmas_santa.swf
sábado, dezembro 09, 2006
sexta-feira, dezembro 08, 2006
O que foi aquilo?
terça-feira, dezembro 05, 2006
segunda-feira, novembro 27, 2006
A mais pura certeza que a alma só se abre quando o espírito não é mais do que uma janela molhada.
Quis o mundo mostrar-me o mais básico dos anticivismos. Coisas de pouca monta, trivialidades de um jogo que não interessa à cultura.
A alegria entrecortada.
O sofá parece acolhedor nestas alturas. Uma série da Fox e umas bolachas de chocolate. Envelhece-se depressa, sem deixar correr o tempo. Os pequenos prazeres parecem sempre demasiado efémeros...
quinta-feira, novembro 09, 2006
Inspiro-me
segunda-feira, novembro 06, 2006
Sucesso
Apertei o casaco e olhei uma última vez para a bancada agora vazia. Ao fundo as nuvens laranja, silenciosas companheiras de cenário, em último vislumbre de tranquilidade… Era tempo de voltar à vida, às perrices, aos distanciamentos indevidos, às pressões, aos egoísmos, às reflexões de pé de chinelo e um mais não sei quê de algo que não importa.
Deixemo-nos por momentos de apertos indevidos. Já bastam as amarras da mente, aquelas que nos incomodam quando a sorte tudo torna fácil, demasiado simples para aqueles pensamentos intrincados. Há-de vir sempre mais uma filosofia, um estigma que teime em estragar e tirar o sentido das coisas.
Deixem-me por momentos respirar o ar de fim de tarde, relaxar ao sabor de uma tranquilidade doce, sentir a brisa, não o vento, desligar o rádio e seguir caminho em estrada aberta…
Deixem-me parar de ser injusto, de procurar incessantemente a justiça, de ter medo de arriscar, de arriscar quando não sei, de não pensar antes de agir, de viver a vida a pensar…
Libertem-me as amarras da mente, os complicómetros da vida, deixem-me alcançar a realização, deixem-me ousar seguir o trilho… em direcção ao sucesso.
sábado, novembro 04, 2006
Um minutinho
http://www.youtube.com/watch?v=X7SWS4RoUYU
domingo, outubro 29, 2006
O jogo...
O Benfica, por sua vez, tal como disse o engenheiro, falhava claramente no processo defensivo (muito espaço entre linhas, falta de agressividade na luta pela posse de bola, desacerto nas marcações), contudo, desde cedo começou a explorar a brecha que era o lado direito da defesa azul, o lateral Fucile, jogador com grande propensão atacante mas demasiado tenro a defender. Leo só não fez mais porque o pé direito não o permitiu…
Sem tirar o pé do acelerador, o Porto chegou ao 2-0. Momento mágico de Quaresma, a limpar Nelson do lance e depois a “engatar” aquele fantástico remate em arco. O Benfica andou depois a deriva. Os azuis aproveitaram o elan e chegaram-se a ver cruzamentos de letra. Não será excessivo afirmar que cheirou a goleada. Mas surge depois o momento do jogo. Anderson sofre entrada dura de Katsouranis e sai, lesionado. Jesualdo não arrisca e reforça a intermédia com Meireles. 1º erro, Lucho não é jogador para assumir decisões na transição defesa-ataque, e com dois médios defensivos a linha baixa do meio campo portista parece vacilar (como se havia notado contra o Sporting). Notou-se variadas vezes quando o desamparado Fucile tinha que levar com Simão, Leo, as vezes Paulo Jorge. À falta de extremo para ajudar a defender (Lisandro é voluntarioso, mas ocupa ineficazmente os espaços, Quaresma simplesmente não vem), e com Lucho com mais liberdade para atacar, seria um dos médios mais recuados a ter a obrigação de fechar o flanco, o que nunca veio a acontecer durante todo o jogo. O Benfica consegue então equilibrar a contenda, acerta as iniciativas de ataque e esmaga completamente o lado direito portista, graças ao qual cria duas oportunidades de golo, por Kikin e Paulo Jorge. Helton responde com classe.
A segunda parte inicia-se ao mesmo ritmo. Os benfiquistas entram forte, sempre a atacar pela esquerda. Depois uma fase de equilíbrio, mais graças ao voluntarismo de Postiga e ao talento de Quaresma do que propriamente à capacidade de circulação de bola portista, quase nula depois da saída de Anderson. Com a entrada de Nuno Assis e Mantorras, o Benfica assume claramente a superioridade do jogo. Katsouranis aproveita a ingenuidade de Fucile e reduz. Jesualdo demora a reagir e quando faz, fá-lo mal. Tira o único desiquilibrador e faz entrar Tarik, sem ritmo e sem chama. Depois de perda de bola de Cech (era notório que não havia a quem passar a bola em fase da definição do último passe), uma jogada exemplar do contra-ataque benfiquista e o empate, por Nuno Gomes. Justo.
O final de jogo foi emocionante. Havia claramente duas equipas a procurar a vitória. O FCP aproveitou-se talvez do seu maior querer e da sorte do jogo que já havia mostrado ter aquando da marcação do primeiro tento. Ironicamente foi Fucile a lançar. Não já tão ironicamente foi Moraes a marcar. O miúdo foi a melhor (única boa) substituição do professor Jesualdo.
Em suma, o empate parecia-me o resultado mais justo. Mas também há que reconhecer, que nos momentos de superioridade, o Porto conseguiu mesmo encostar o adversário as cordas, e a infelicidade de Anderson, a meu ver, foi mais de metade da felicidade do Benfica. Mas fica o mais importante, um excelente jogo de futebol…
sexta-feira, outubro 27, 2006
Sentiste?
As gotas da chuva que subitamente já não molhavam, as nuvens que agora já não corriam, a leve brisa do vento que por instantes cessou?
O momento de paz que se prolonga sem destino aparente, o pensamento que se afasta, para bem longe, para a terra do mar e dos luares brilhantes, das folhas secas decalcadas em cada passo teu, do bocadinho de céu deixado para trás pelos anjos em dia de pressa indevida…
Sei porque o sinto. Acabou-se o temor. Só porque algo acontece. Tu. Basta-me, envolve-me, engrandece-me, completa-me. Algures entre a indignação e a virtude…ou apenas entre o sentimento que permanece, imune a intempéries ou inundações mundanas, muito menos esse oceano…
Vejo as árvores de outra maneira, agora têm nome, personalidade, protegem-nos! A vida prega-nos cada partida… O beijo? :) sorrio, apenas. Quero que tudo seja assim… Um beijo, um sorriso, uma gota, um abraço, um sem número de acasos simples que esbocem esse trilho. Que a lua apareça em todas as noites. Que a água continue a correr, lentamente, nos rios. Que a terra, vista da lua, continue a ser azul…
O beijo? Sorrio, apenas…
sexta-feira, outubro 20, 2006
Dias...
Aqueles dias em que se acorda ao contrário, virado para os astros do mal, amaldiçoando a chuva na vidraça que há bem pouco tempo nos afagava antes do sono…
Aqueles dias em que procura um rumo, se luta por esse reconhecimento, por essa festinha na alma que nos faça sentir melhor, se procura um sucesso firme, uma etapa verdadeira…
Os dias em que acordar não é mais do cumprir o piloto automático…
Valha-nos um recanto… A luz da lua, outra vez, as sombras de um encanto inesgotável, a beleza de uma alma tão pura que nos parece janela para o céu… Uma sorte que nos faz parecer indignos perante tamanha graciosidade…
Afinal acordei abençoado…afinal a chuva na vidraça mais não era que a antecâmara da tua visita, com o encanto de uma manhã de Outono, mais as folhas secas, o ambiente calmo e acolhedor, o gesto simples e afável, a ternura que só tu sabes oferecer…
“Will you still love me in the morning?”
“Forever and ever, babe…”
domingo, outubro 15, 2006
O talvez e o sacrifício
"Temos de renunciar ao mundo para o compreender."
segunda-feira, setembro 25, 2006
O momento...
Já viste estas nuvens? E as montanhas? E as luzes das casinhas perdidas no horizonte?
Eu sei, são bonitas…
Só dizes isso? Como podes ficar tão indiferente?
Conheço tudo isto, moro por cá…
Tens ideia da sorte que te assalta?
Talvez não, desconheço o meu rumo.
E não te preocupas?
Isso ser-me-ia completamente inútil.
Não posso acreditar! Apercebes-te tu da infinidade de coisas que te rodeiam? Dos pormenores que tornam a tua existência algo mais do que aprazível? Da aura que te acompanha para todo o lado para onde vais, como se de um anjo da guarda se tratasse? Acorda, vive, sente…A vida, não fundo, não passa de um momento.
"Pensa no momento. Todo o pensamento que perdura é contradição."
Marcel Schwob
segunda-feira, setembro 18, 2006
Os melhores momentos do amor
Giacomo Leopardi, in 'Pensamentos Diversos'
domingo, setembro 10, 2006
Confissões de uma mente perigosa...
terça-feira, setembro 05, 2006
Só mais um post(e)
Vinha isto a propósito desta prolongada ausência de post(e)s. Tinha acabado, pela altura em questão, de cumprir a minha obrigação diária de fazer alguma coisa por mim próprio. Mais do que uma questão de auto-comiseração, faz-me dormir descansado. A sensação do dever cumprido ou a pequena ilusão de que uma simples carta poderá dar um novo rumo à nossa vida…
Adiante. Se há coisa que me acalma são as paisagens do campo da Belavista. Os calorosos cumprimentos do sr. António são já banalidade carinhosa, atestados de incompetência profissional é que não. Reajo firme e sigo em frente com vigor.
Segue-se uma “piscinada” relaxante (eu e os neologismos, que se há-de fazer…). Assim dá gosto misturar trabalho com lazer… De regresso a casa a confirmação de uma constatação há muito conhecida: o calor impede-me de funcionar correctamente. Devia ter nascido com uma etiqueta no pescoço, bem visível, que dissesse “manter a temperaturas abaixo dos 30º, em caso de avaria meter num avião e enviar para as Maldivas, mas com carinho”.
Chegas hoje. Não faz mal. No fundo no fundo, nunca de cá saíste.
PS.: Só mesmo para escrever mais um post(e).
sexta-feira, agosto 11, 2006
O teu dia
Escrevo-te hoje porque é o teu dia.
Porque hoje mereces ser lembrada do quanto tens de bom, do quanto ofereces todos os dias a todos os que te rodeiam, do quanto melhoras este universo desde o dia em que nasceste.
Mas também…
Porque mais do que nunca há um sentimento especial que surge
Como a doçura das manhãs que nos abraçaram
Ou a brisa da enseada que nos afagou
O toque, a caminhada, o intimismo puro
Ou um simples pôr-do-sol por entre as montanhas
Só suplantado pelo meu melhor cenário…
Tu…
Parabéns :)
***
quinta-feira, agosto 03, 2006
Meus lindos olhos
Meus lindos olhos,
qual pequeno Deus
Pois são divinos,
de tão belos os teus.
Quem tos pintou,
com tal condão
Jamais neles sonhou
criar tanta imensidão.
De oiro celeste,
Filhos de uma chama agreste
Astros que o alto céu revestem
E onde a tua história é escrita.
Meus lindos olhos, de lua cheia
Um esquecido do outro,
a brilhar p’rá rua inteira.
Quem não conhece teu triste fado
Não desvenda em teu riso
um chorar tão magoado.
Perdões perdidos
Num murmúrio desolado
Quando o réu morava ao lado
Mais cruel não pode ser.
Este fado que aqui canto
Inspirou-se só em ti
Tu que nasces e renasces
Sempre que algo morre em ti
Quem me dera poder cantar
Horas, dias, tão sem fim
Quando pedes só para mim
Por favor só mais um fado.
sexta-feira, julho 28, 2006
Já que estamos numa de cinema...
Charlie e a fábrica de chocolate
Já havia ficado a ideia desde o fantástico Big Fish, mas de Tim Burton, para além das imagens, da criatividade, da banda sonora (Danny Elfman em grande, como sempre), das ideias ou da imaginação, o que realmente salta à vista é aquela extraordinária maneira de contar histórias, como se de um conto da vida se tratasse. Simplesmente excelente.
domingo, julho 16, 2006
All mine
quarta-feira, julho 12, 2006
Melancolia?
Perguntava eu a recente amiga de smiles incontáveis e "super poderes".
A resposta saiu indefinida, como que a medo, mas percebi claramente que era um sim. Porque só daquela forma fazia sentido. Porque só assim se justificava aquele bucolismo, aquela tristeza que emanava de bons momentos passados…
Terei acabado o dia de hoje melancólico?
Houve uma manhã de pasmaceira e um início de tarde quente, sufocante, daqueles que empurra o corpo para uma inoportuna inércia. Houve depois conversa com alguém respeitável. De homem para aprendiz de homem, ou de dois simples seres que buscam o âmago da vida como objectivo uno de uma existência. [também eu quero um dia ir ao México ver os templos Aztecas] Aprendi, aprendo sempre. Como absorver verdades que tolhem sob o signo da frieza, como ser realista em mundo de subterfúgios, como ver a vida em ciência…ou simples caminho predestinado.
Pensei que depois fosse ter uma boa notícia. Saiu uma desilusão.
Vieste então tu com encantos de anjo, aquele olhar vivo que me fez apaixonar, uma saia redonda da cor da lua…Um cenário ameno, um jantar de modos simples, o prazer de uma verdadeira companhia…Portishead, um filme ligeiro, não, jamais te trataria como aquele palhaço, aperto-te a mão com mais força, apetecia-me dizer ao mundo o quanto era bom estar ao teu lado, o quanto me parecias bela naquela noite…
[Sabes, hoje coloquei a tua fotografia mais bonita no pass-partout que me deste]
Corro para casa, amargurado por esse peso que me amordaçava, na esperança de que o papel me aconselhasse nessa missão tardia…
Há um animal prostrado à porta de minha casa. O seu olhar, por si só, faz-me cair por terra. Uma cruel impotência que me curva enquanto o arrasto.
Pensei que realmente não era forte. Talvez demasiado sensível. Ou talvez fraco demais por não ser capaz de lhe minorar o sofrimento. E de repente lembro-me da conversa, da desilusão, sobravas tu, linda, mas havia um cão a morrer à minha porta e eu que faço, aquele projecto que não vinga, e agora, um destino ao meu lado que não posso alterar, não será demais?
Não, amiga…desculpa, hoje é mesmo tristeza. Mas amanhã será diferente, quanto mais não seja porque eu acredito que temos um coração de oiro e este mundo foi feito para nos sorrir, eu prometo :)
De outra maneira, como explicavas os anjos?
segunda-feira, julho 10, 2006
Os 4 magníficos
Reed Richards tem a capacidade de se esticar de tal forma que parece elástico; Ben Grimm possui força tão brutal que se diz ser como pedra; Sue Storm consegue ficar invisível quando quer e lhe apetece; Johnny Storm tem o poder de colocar o seu corpo em chamas a temperaturas normais… São super poderes que dão a estes tipos a capacidade de serem super heróis, defendendo o mundo dos vilões. E que até dão sempre jeito na cozinha ou mesmo para engatar miúdas.
Mas por muitos poderes ou imagem que possuam, aos Fantastic Four falta o espírito. Faltam as piadas malucas, a cultura do cartoon, as gargalhadas incontroláveis ou a animação constante. Não têm juristas, catahs, estrunfes ou aluadas…Não jantam em casas do século passado, não vêm charretes na baixa da invicta, não tomam café em sítios in, não dançam em espaços exíguos como se não houvesse amanhã e, coitados, sabem lá os desgraçados o que são matraquilhos…
quarta-feira, julho 05, 2006
Um dia no centro de saúde
Pois bem, para quem não sabe, a MQMN é uma personagem que se move com sagacidade na sala de espera do centro de saúde, utilizando a sua perspicácia para notar, e fazer notar, as agruras (:p) e disfunções (raríssimas, por sinal) do nosso SNS. Mas não satisfeita, a MQMN insiste não só em apenas notar, mas sim em vincar alto e bom som, junto de todos os utentes que a circundam, os motivos da sua tristeza, promovendo um clima de terror único que faz corar o mais corajoso dos indivíduos.
Desta forma, é comum ouvir-se a MQMN exclamar expressões como “Olhe lá, já passou a sua vez, já estão 8 à sua frente” ou “Agora esqueça, já só dá às 5 da tarde, pode ir embora”. Escusado será dizer que o povo exulta com tal poder de observação. A contribuição deste espécime para o bem-estar de uma sala de espera é de valorizar, ultrapassando inclusive em termos de popularidade o PIBTN (Puto Irritante que Berra por Tudo e por Nada) ou mesmo a MINCEPIBTN (Mãe Irritante que Não Consegue Educar o Puto Irritante que Berra por Tudo e por Nada).
Recomendaria portanto desta forma a todos os centros de saúde a prescrição de uma MQMN, para promoção de uma atmosfera agradável entre os utentes na sala de espera, por norma enfadonhos ou simplesmente doentes, e que assim teriam um excelente motivo para sair da monotonia e delirar com as frases filosóficas deste ser.
Se precisarem de MQMN contactem, por cá parecem haver de sobra…
(registo obtido in loco no CS PNF)
segunda-feira, junho 26, 2006
Era ténue, por aquela hora, a linha do horizonte que surgia ao final do olhar, perdido em imagens de sossego, suaves contradições de um dia que tinha decidido nascer ao contrário. Há baús que existem para não serem abertos, mas cujo simples relance pela fechadura pode causar arrepios na espinha, ao jeito de quem mexe naquela peça de cerâmica com pó de anos, sagrado pela inviolabilidade que ostenta e invoca respeito. Lembrar era dor, desassossego, ramo seco de uma árvore que crescia agora com vigor nunca antes visto.
Afagou a almofada. Momentos há em que a alma nos foge, procuramo-la na dor, na voz, na solidão, no pensamento, mas tudo o que surge é um nada que não se explica, uma razão que tolhe, e sobramos nós… numa fragilidade imensa, uma exposição que empobrece, o fantasma que persegue, a ambição que se perde por um sopro…e o desabafo…porquê ser assim?
[…se há alguém que nos segue com tamanho rasto de beleza]
"Há uma espécie de prazer na lamentação, e maior do que aquilo que se pensa."
Marie Sévigné
domingo, junho 25, 2006
Sejamos preguiçosos :p
Tropecei nesta frase em revista de inegável qualidade, e registei com agrado a consistente crónica que se lhe seguia. Em sociedade maniqueísta em que o trabalho é elevado à mais suprema condição existencial, o ócio é encarado como inimigo indesejável, hediondo, estranhamente desassociado das coisas boas da vida. Um princípio que tardo a perceber. E com isso um retardamento na colagem ao ritmo da sociedade que por vezes chateia. É estúpido. Tudo faria mais sentido se fosse a sociedade a colar-se a nós...
É domingo. Portugal joga. Alguns pobres desgraçados gastam os últimos trocos na camisola da selecção só para não destoarem da ridícula onda tuga que só aparece nesta altura. Por favor não me saturem de futebol. Eu que tanto aprecio o desporto pelo aquilo que ele é, que representa, pelas fintas, pelos golos, pelo espectáculo que proporciona. Porque pura e simplesmente não quero chegar a casa, depois das emoções daquele grande jogo que mesmo agora acabou, e gramar pela enésima vez as respostas monocórdicas do 3.º guarda-redes ou do treinador-adjunto. Ou os directos das sardinhadas. Ou a entrevista ao primo do sobrinho do defesa-direito. Ou o Cristiano a dar toques com umas meias...tenham dó…
Por falar nisso, viram o golo do Maxi?
Confirmei as expectativas. Uma Suécia que fica por onde tem ficado, uma Alemanha multi-dinâmica (que espectáculo a combinação Klose-Podolski), uma Argentina que me surpreende por não conseguir desmontar mais cedo a teia mexicana, mas que acaba por usufruir também ela do talento de uma das suas muitas estrelas.
Na 3.ª jornada um Brasil algo mais solto, com um pançudo que para mim não jogaria, mas que importa, que marca e põe o povo feliz (mas será que qualquer um outro no seu lugar não marcaria também, se calhar ainda mais golos, com superior entreajuda no jogo de equipa?), uma Itália que ganha força (já só parará nas meias ou até na final), uma República Checa que confirma a falta de Koller…Ah, e um árbitro que mostra 3 amarelos... Isto nem no Rio-de-Moinhos...
Portugal jogou bem uma parte. Muito bem, aliás. Depois (re)demonstrou insegurança defensiva, mas acaba por ganhar. Tal e qual como as grandes equipas o fazem.
De resto, pensa-se… Para quê, alguém me explica?
terça-feira, junho 20, 2006
Vamos lá falar de bola… (se o Marcelo pode, porque não posso eu também?)
Um mundial de futebol é um acontecimento grandioso. Todo o mundo desportivo pára e fazem-se directos anedóticos, toda a gente comenta e toda a gente é portuguesa, porque durante o resto do ano não sabemos que temos uma bandeira verde e vermelha ou vivemos todos nas Antilhas...
Adiante. Por entre os resumos da rtp, os (infelizmente poucos) jogos da sic, ou os pixels do “tvu” tenho conseguido acompanhar razoavelmente os jogos, com principal destaque, claro está, para a nossa selecção e (outros??) teóricos candidatos à vitória final.
Desde logo o jogo de abertura como prenúncio, este teria de ser um bom mundial. O fantástico golo de Lahm, aos cinco minutos de um desafio imprevisivelmente aberto e emocionante, como que a adivinhar aquela que para mim tem sido a marca mais inexorável deste mundial, a surpreendente frequência de grandes golos. Frings, à bomba, ainda antes do final do jogo, confirmá-lo-ia com clareza.
Agora a análise. Concluída que está a 2.ª jornada, permitam-me destacar meia dúzia de pontos (ou equipas, ou jogadores, ou qualquer coisa relacionada). Desde logo essa equipa da casa, em tempos crónica devoradora de mundiais, hoje arrojada aposta de renovação pessoal de Klinsmann, com futebol menos geométrico e mais embelezado, com dinâmica de gente nova mas sem a tradicional frieza e eficácia germânicas. Espectacular Lahm, um jovem defesa-esquerdo (ou será extremo?) de grande acutilância, muito bom também Podolsky ou Schweinsteiger, representando o que de melhor o futebol germânico tem produzido nos últimos anos. Mas o grande trunfo de outrora já não existe. Apesar de o 12.º jogador ser mais valia, já não se pode dizer “são 11 contra 11 e a Alemanha ganha no fim”.
A Inglaterra surge consistente. Sempre duvidei da capacidade desta selecção sem a imprevisibilidade de Rooney, mas como a câmara de O2 parece ter feito um pequeno milagre, parece-me que teremos que contar com estes srs pelo menos ate aos quartos. Não encontro melhor equipa a defender (Terry, Rio, Cole…, ainda por cima tão bem “oleados”), e quem tem Lampard ou Gerrard para a meia distância pode dar-se ao luxo de meter estacas lá na frente que qualquer coisa se arranja sempre…
A Suécia desilude. Ibrahimovic paga o preço da fama e os golos falhados também, a forma sofrida com que arrancou os 4 pontos não me deixa grande esperança para alem dos oitavos.
A Holanda tem bons jogadores. Sempre teve. Mais uma aposta arrojada de um jovem treinador, Van Basten, com um cunho bem marcado de ataque rápido e aposta decisiva no talento dos dois alas, Robben e Van Persie. Mas há um problema chamado meio campo. Cocu, Sneijer ou V.Bommel não são grandes recuperadores e têm excessiva tendência a recuar, deixando demasiado espaço entre linhas. Robben está em grande forma (quiçá o jogador individualmente mais em destaque até agora), V. Persie tem coadjuvado, mas a questão é simples, se a bola não lhes chega não parecem haver alternativas, e Van Nistelrooy assim parece não existir. A Costa do Marfim comprovou-o, abrindo auto-estradas pela zona central e encostando os laranjas à parede na parte final. Espero que os tugas os apanhem nos oitavos, teríamos excelentes hipóteses.
A Argentina…é a Argentina. Sempre adorei a forma de jogar desta selecção, por isso sou suspeito, e só tenho mesmo pena de não poder ter visto todo o jogo contra a Servia. Não nos esqueçamos que os ex-jugoslavos só tinham sofrido um golo na fase de qualificação. O golo de Cambiasso é de antologia, a cueca de Tevez ou o talento de Messi pura magia. E estes ficam no banco. Não nos esqueçamos que a Argentina, ao contrario do Brasil por exemplo (a comparação é inevitável), tem um verdadeiro carrossel, de jogadores quase todos ambientados às exigências do futebol europeu. Se não acusarem a pressão de Maradona’s ou companhia limitada, são, para felicidade minha, fortíssimos candidatos à vitória.
O Brasil tem jogado mal, toda a gente tem visto. Mas tem 6 pontos e a qualificação garantida. E tem Ronaldinho. E tem Adriano. E um Ronaldo pançudo, é verdade (alguém explica ao Parreira que jogar com 10 dá vantagem ao adversário?). Mas tem Kaká, e a andar de mota. E tem um Emerson muito preso…Mas tem um Zé Roberto todo o terreno. E até um Robinho que quando entra mexe com tudo. E mais Roberto, Juninho, Fred, Ricardinho…Enfim, da defesa não falo, parece sempre uma ninharia comparada com o ataque. Da táctica também não vale a pena falar, aquelas alas são avenidas para o adversário atacar, então se os médios centro vêm compensar abrem-se mais umas ruelas ao meio, hajam equipas que o explorem…Mas que importa tudo isto, se basta meio metro de espaço e há golo? O Brasil continua a ser, para mim, por isso mesmo, o principal favorito. Não importa se não é equipa, é “jogadores” e isso basta. A equipa virá porventura com a motivação de um jogo verdadeiramente grande, e se aparecer…
A França não existe. Desde que Coupet fugiu do estágio nos Alpes. E mesmo que existisse, não o merecia. Porque não se pode insistir na 3ª idade e deixar Trezeguet constantemente no banco.
A República Checa prometeu. E muito. Com um Rosicky soberbo, ou um Nedved, Koller, Poborsky, velhos conhecidos numa equipa há muito (bem) construída. O problema é o resto. Não há alternativas credíveis à inegável qualidade destes jogadores e isso paga-se. Espero com atenção para ver o 3º jogo.
O Gana surge como a mais agradável surpresa. Sempre apostei na Costa do Marfim como equipa africana a vingar, mas o tal grupo da morte (que afinal não o era) mais a desilusão Drogba deitaram tudo a perder. O Gana de Essien e Appiah (grandíssimos centro campistas) fez a partida da sua história contra a Rep. Checa, mas não confio muito que o elan permaneça, tanto mais que neste tipo de equipas o talento surge muitas vezes associado à ingenuidade.
À Itália faltará porventura o que Scolari constrói com Portugal, que é o grupo. Todos os anos vejo N de jogadores novos a entrar no grupo (ninguém duvida da sua qualidade, é um facto), mas nada de novo a evoluir. É crónica candidata, sempre, mas não está desta vez tão forte, parece óbvio. Apesar disso, parece-me ser das poucas equipas que poderia surpreender o Brasil. E a partir daí a motivação também seria outra… A ver vamos o que nos reserva esta última jornada com esse interessantíssimo Rep. Checa-Itália.
A Espanha tem mostrado o futebol mais entusiasmante. Contra uma Ucrânia tenrinha saltou-me à vista o sentido posicional e a excelente capacidade de troca de bola do meio campo (quem diria que Senna ficaria tão bem de vermelho). Que Villa é um dos jogadores espanhóis do momento já o sabia, que Torres tem tudo para ser um dos melhores do mundo também já, que esta equipa o consiga demonstrar numa fase final isso já é novidade. Pelo menos desta vez parece mais candidata. A reviravolta contra a Tunísia deu a moral que se precisava e restituiu Raul. E com bom futebol, o que é de louvar.
Para finalizar a nossa selecção. Não esperava grande coisa, confesso, principalmente pela estupidez e teimosia exacerbadas de Scolari, mas é inegável a mais valia do “clube” que o sargentão criou para este tipo de competições. Para além disso as outras equipas do grupo, sejamos honestos, são relativamente fracas quando comparadas com outras que se vêm por aí. Daí que contra Angola a vitória, embora sem brilho, tenha sido perfeitamente normal e não tenha aumentado minimamente o meu entusiasmo.
Mas contra o Irão a história foi diferente. Esta equipa, ao contrário de Zé Calanga e companhia, pode ser realmente chata, e só um Portugal a um bom nível a podia ter ultrapassado.
Reentusiasmei-me. Surpreende-me o óptimo momento de Figo (e que jeito nos dá), a frescura física de Nuno Valente ou Costinha (sim, porque o resto nunca esteve em causa). Junte-se o regresso do dinamismo dos dois toques de Maniche, a acutilância de Miguel ou a magia de Deco (ainda que a meio gás) e temos selecção. Só me assusta a lentidão e falta de entrosamento de Meira (que foi aquilo no lance de Ashemian?) ou as criancices de Cristiano. Se não estiver sempre excitado por mostrar novas fintas à Merche é de facto um dos melhores do mundo, mas parece-me que o golo o tranquilizou. Espero que sim, bem como espero que Pauleta consiga entrar no ritmo, ele que estranhamente parece andar ao contrário do resto da equipa, quando joga bem os companheiros não correspondem, quando a máquina está bem oleada o ciclone nem uma rajada mostra…
Enfim, espero que venha a Holanda. Aí teremos boas hipóteses de cumprir o objectivo de fazer jus ao ranking. Mas desenganem-se, não somos candidatos…
De resto que o bom futebol e os grandes golos permaneçam. Há quem se queixe da falta de surpresas até ao momento, mas vejamos as coisas pelo lado positivo, isto permitirá excelentes emparelhamentos para as eliminatórias. E com isto calo-me, nunca fiz um post tão grande eheh...
Uma palavra para ti…
Procuro desenfreadamente as palavras certas, mas em vão…Sinto que tudo o que possa dizer sobre ti soa a inócuo perante tamanha demonstração de graciosidade. Perdoa-me se me deixo levar, perdoa-me pela inábil subtileza com que deixo escorrer os sentimentos, mas lembra-te que há ensinamentos só possíveis de apreender nestas curvas sinuosas da vida…
As palavras são antigas, mas continuam a fazer todo o sentido. Há ensinamentos que busco a cada dia que passa, e que sem a tua ajuda me seria impossível alcançar. Desculpa-me se complico, desculpa-me se penso, mas lembra-te que aprendo, e com isso vejo o teu sorriso cada vez com mais luz...
[viste como foste capaz de mudar a minha disposição?]
Tens toda a razão…Para saber amar há que aprender a estar sozinho…
PS.: desculpa as imperfeições do desenho, talvez seja eu isto mesmo…Imperfeito mas dedicado :)
domingo, junho 18, 2006
Love Show
I'm gonna tell you the future
I see you, living happily
With somebody who really suits ya
Someone like me
Stand still. Breath in
Are you listening?
You don't know
Somebody's aching. Keeping it all in
Somebody won't let go of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
Break down. Give me some time
I don't want the fear to confuse ya
Right now, it's so wrong
But maybe it's all in the future with
Someone like you
Stand still. Breath in
Are you listening?
You don't know
Somebody's aching. Keeping it all in
Somebody won't let go of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
Maybe truth, maybe lies
Made me want you
Maybe dumb, maybe wise...? I don't know
Somebody's aching. Keeping it all in
Somebody won't let go of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
You don't know
Somebody's hurting. Holding it all in
Somebody can't let go of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
Love show
Letting your love show
Skye - Love show
sábado, junho 10, 2006
Ponto da situação
Ponto da situação…
Ou a simples crónica de quem vê com prazer o escapar das palavras…
Boa onda a noite de ontem. Os finos do coffee, os killers, o toque do nokia da bolsinha, filosofias de quem está em grande nível, aquele elan sempre presente de Valadares, o sonho dos BMW’s e dos cifrões arredondados…
E por falar nisso…
Houve há dias tarde de sonho, com tonalidades esbatidas num céu de luz poente, em cenário de areias doces, velas de fino retoque ou poemas espalhados pelas paredes… O riso que surge como saudável hábito, um livro que se esconde com mestria, um smile de pimenta :) ou o crepe de chocolate que emudece, um mundo para além do desenho animado que se compartilha ao som de uma gargalhada…
(lembrei-me do quanto eras bonita…)
As banalidades sucedem-se depois ao seu fiel ritmo rotineiro.
Sonho também, mas a dormiscar, que acordo e ouço finalmente a minha avó a chamar por mim como se o presente não fosse nada… Antes não estivesse a dormir.
Acordo hoje desatinado (começo a acreditar que as minhas noites de sono contêm histórias que nem eu próprio deslindo…). Um jogo de futebol, o reencontro com os rapazes do futebol, aqueles mesmo, que só reconheço nas tardes de sábado, a risota e o golo de calcanhar…
E por falar nisso, viram o golo do Frings? E os anedóticos directos da Alemanha? eheh, esse é que é o meu mundial...
Mais banalidades… Leio mas sinto-me incapaz de seguir o método. Prefiro testar certas teorias:
“O espírito diz coisas deveras belas, mas só faz banalidades.”
Denis Diderot
PS.: Segue-se o tradicional sábado à noite. Sim, mais um sábado à noite…
domingo, junho 04, 2006
Um dia passado...
Continuei o dia a pensar em profissionalismo. Em trocar gesto de lazer por trabalho fortuito, mas surpreendentemente proveitoso. Na tranquilidade de um futuro estável. Depois a tristeza… Do quanto custa sentirmo-nos incapazes de alterar o futuro de alguém próximo, ou mais que isso, um presente que incomoda. Do quanto custa enfrentar os nossos próprios medos, do quanto às vezes a vontade não chega se estes insistem em importunar. E mais uma vez o lembrete… Não se pode ser assim tão bom…
À tarde a ansiedade. Perfeitamente escusada.
Uma rotina de algum tempo, os miúdos a correrem na poeira de Verão, um jogo interrompido pela ambulância do INEM, uma imagem que choca, a fugaz derivação da mente pelo mundo das vocações, porque se o sou (deveria sê-lo?) não o sou o suficiente, se o não sou não faço sentido, se o ainda serei custa esperar…
Uma viagem com a mão à janela cortando o vento, ouvir na rádio o som da Bela Vista e um sorriso que surge…só de pensar que há alguém que eu quero sentir feliz…o esteja realmente…
Vem a noite. Há mais um jogo, mais uma viagem. Uma pequena desilusão entrecortada por reencontros felizes… Mais uma vez, porquê a ansiedade?
Ok, sempre valeu a pena vir cá, pelo menos há projectos que saem enriquecidos. Ouço piadas brejeiras, o mundo do gel e das minis que se engolem até cair.
Escapo-me, isto não é para mim.
Ouço a rádio, vejo a TV.
Mais conversas profissionais. O projecto é viável? Sim, claro, tem que ser, vai ser, não esqueçamos os BMW’s, os Porsches, a rede de clínicas, a conta recheada, o ministro da fisioterapia, né Dani?
Ouço exemplo feliz de romantismo. Confirma-se, ainda não sou suficientemente bom.
Acabo a escutar Red Hot como nunca. Com um sorriso de orelha a orelha que nem é preciso explicar.
É bom adormecer e pensar:
não sabes o bem que me fizeste…
sábado, junho 03, 2006
Mantenha-se...
Há reencontros, há o ânimo, o desânimo, o ressalto que nos atira para a frente desafiando medos passados, a evolução (sim, essa que insisto em trazer à tona), um meandro que divaga (e que acaba), uma ponta de satisfação, mas logo a saudade…
Há o sentido de altruísmo (tê-lo-ei aprendido contigo? Ou simples dissimulação de egoísmo mal curado?), a interrogação perene, a incerteza do futuro e um optimismo…Forma de vida, talvez, mas que importa, está lá, mantenham-no por favor, que às vezes a alma é demasiado pequena…
Mantenhas-te tu…
Há solidariedade (serei capaz de a interpretar? Não me ensinaste ainda essa parte, fica para depois do altruísmo, claro, já o devia saber), um telemóvel que falha e me deixa doido, porque senti por momentos esse laço azul interrompido e…
Há sacrifício, isso sim, porque a consciência o dita, e agora, mais do que nunca, mais do que tudo, mais do que o coração algum dia o tenha aconselhado, há alguém que o merece…
Mantenha-se a lua…porque ao contrário do que o povo diz por aí, a lua para mim nunca mente…
domingo, maio 28, 2006
Palma de Sta Rita...
Agora que este espaço de "escarrapachanço" da alma celebra o seu primeiro ano, torna-se engraçado olhar para trás no tempo e perceber como as coisas mudam, como o estado de espírito se altera, como a alma se engrandece e nos torna mais próximos um bocadinho daquilo que um dia imagináramos atingir…
E perceber que não se pode perder sempre…
Que os verdadeiros amigos estão lá para as ocasiões…
Que são as pequenas coisas que valem sempre a pena…
E perceber que há pessoas especiais…
...que nos tornam pessoas melhores
E perceber que há um bom motivo para sorrir ao acordar…
Perceber que há gestos que significarão sempre muito mais que o resultado
...Mas todo um mundo azul iluminado pela lua
...Que gira a cada passo teu…
E assim…
É oportuno relembrar uma flor…
E oportuno relembrar uma frase que continua a fazer todo o sentido…
“Uma flor pode não significar nada, uma palavra não significar muito, mas um gesto pode significar todo um mundo, e um sentimento…o Universo…”
Astolfo 06'
Happy Birthday...
quinta-feira, maio 25, 2006
Da Vinci Code, the movie
Com a devida autorização da respeitosa redacção do "Nós e o Mundo" (ou não), aqui fica a crónica do mais recente blockbuster do cinema mundial, o Código da Vinci...
O famoso simbologista Robert Langdon (Tom Hanks) está em Paris para fazer uma palestra quando é chamado ao museu do Louvre onde o curador foi assassinado, deixando junto de si um misterioso rasto de símbolos e pistas.
Colocando em risco a sua própria sobrevivência, Langdon, ajudado pela criptologista da polícia francesa Sophie Neveu (Audrey Tautou), põe a descoberto uma série de pistas inscritas nas obras de Leonardo Da Vinci, que o pintor engenhosamente disfarçou e que conduzem à descoberta de um mistério religioso, protegido por uma sociedade secreta durante mais de dois mil anos, mistério esse que abalará os pilares do Cristianismo.
Construída sobre esta linha, a narrativa desdobra-se entre a acção das aventuras de Langdon e Neveu e as teorias históricas acerca de temas como os Cavaleiros da Ordem dos Templários, o Santo Graal, o Priorado do Sião, a Opus Dei ou a suposta relação de Cristo com Maria Madalena, que tanto interesse e polémica causaram nos últimos anos.
A linguagem “cinematográfica” com que havia sido escrita a obra, fazia já adivinhar o aparecimento de um filme com orçamento milionário, e a Sony Pictures não fez por menos, contratando os serviços do oscarizado realizador Ron Howard (“Mente Brilhante”, “Apollo 13”), bem como do conceituado Tom Hanks (“Terminal”, “O Náufrago”) para protagonista, a par de Audrey Tautou (“O Fabuloso destino de Amélie”) ou Jean Reno (“Godzilla”, “Os Anjos do Apocalipse”), ambos certezas do cinema francês.
A complexidade da narrativa deixa a ideia de seria muito difícil, senão impossível, transpor todo o conteúdo do romance para duas horas e meia de película, mas mesmo assim, o filme deixa-nos boas sequências de acção e momentos interessantes. No entanto, a crítica não recebeu com grande entusiasmo a falta de criatividade de Howard, apelidando a adaptação de neutra e académica, e as personagens de corpos e presenças que só servem para desbobinar a intriga. Sobra-nos a sobriedade de Hanks e confirmação do talento de Tautou, bem como de Paul Bettany, o secundário que interpreta o monge albino Silas, porventura a personagem mais desconcertante do filme.
sábado, maio 20, 2006
Moon angel...
Havia uma magia espalhada pelo teu sorriso de menina, uma aura de harmonia ditada pelas notas da tua música, uma forma de viajar só ao alcance dos céus onde habitas…porque sim…
Reconheço um anjo não pelas asas que ostenta, mas sim pela forma como consegue voar…
segunda-feira, maio 08, 2006
As fitas...
Parabéns. Porque são estas pequenas coisas que nos tornam especiais :)
Ser poeta...
Ser poeta é…
Ser diferente.
É sonhar sem fronteiras,
Saltar muros de imaginação,
Atravessar mundos sem gente.
Ser poeta é…
Passar além do imaginário,
Como se o real não existisse.
É carregar emoção em cada palavra,
Soltar lágrimas quando conversa
Como se de outro mundo viesse.
Ser poeta, essencialmente,
É ser humano,
Porque todo o humano é poético.
É ser veemente
Para com todas as palavras que existem
Sem erros, pontuação ou ortografia,
Pois tudo isso não existe
No mundo fantástico da poesia…
sábado, abril 15, 2006
Em Avanca...
Hoje aproveitei para reflectir. Nas prioridades. Nas viagens. Nos afagos ao ego. Na vontade de estar mas não poder. No que o dia ganha em começar mais cedo, naquilo que perde por não começar mais tarde. Na medalha que insisti em trazer de Avanca como pequeno troféu. Na mania incompreensível das arrumações de Páscoa (não seria melhor começarmos a chamar-lhe Dia Anual do Tenho-que-deixar-tudo-limpo-senão-o-sr-padre-diz-mal-de-mim-na-missa??). Nos golos que marquei na quinta por respirar energia. Nos golos que falhei hoje por estar cansado. Nas prioridades…
No final, só um registo, daquilo que de melhor, nestes dois dias, consegui ter, pensar, oferecer…
“Imagino por vezes que viver no céu seja isto, nas asas de uma qualquer andorinha perdida, elegante, livre em toda a sua plenitude…e que em qualquer dia de nuvens negras, vagueando ao sabor do vento, saiba encontrar no escuro uma aberta, e assim iluminar a alma…tu és isso, a minha luz…”
quinta-feira, abril 13, 2006
A minha vida é um sundae de chocolate
À parte outros pensamentos envolvendo sitcoms e demais alegorias, por momentos, durante um destes dias de felicidade constante, dei por mim a pensar...a minha vida é como um sundae de chocolate... Veja-se a consistência do gelado, o toque cortante do chocolate, a doce mistura de sabores que tu me ensinaste (e continuamente me ensinas...), o finalzinho derretido no fundo do copo, a pequena colher que carinhosamente recolhes e fazes parecer dádiva divina... Não será isto mais do que crónica breve da nossa realidade? Do que sinto, do que me fazes sentir?
Ou talvez apenas mais um capítulo, desta história que teima em ser cor-de-rosa, cor do céu, cor da lua, cor das flores que registamos e passamos para a tua tela, cor do que mais belo se possa imaginar (como tu...), por entre sitcoms, desenhos animados, fotografias com estilo ou simples corridas de miúdos pelas escadas...tu sabxxx...e eu tb :)
domingo, abril 09, 2006
Há coisas que não se explicam...
sábado, abril 08, 2006
Bonança...
sábado, março 25, 2006
Oportunidades...
sábado, março 18, 2006
A chuva...
domingo, março 05, 2006
The "desafiate"
Ora bem, lá terá de ser...
1o. durmo com a cabeça sempre debaixo do cobertor
2o. gosto de lamber o cremezinho do café
3o. conduzo sempre com uma mão na alavanca das velocidades
4o. arrumo os feijões para o lado em todos os pratos excepto feijoada (dahhh...)
5o. sou um compulsivo consumidor de chocolate e seus derivados
Pronto, gozem para aí agora...
sábado, fevereiro 25, 2006
O sonho...
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
A intempérie
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Thanks!
Prazeres...
A auto-estrada estava calma, como era normal àquela hora. Entregou-se ao mais puro prazer da condução. Acordara com predisposição para aceitar o mundo, isso era evidente, daí que tudo o resto não importasse, mesmo que noutras ocasiões o mesmo se mostrasse incómodo. Nem a voz monocórdica de Abrunhosa na telefonia chateava, muito menos o cromo do camionista que seguia a velocidade pedonal. Tudo se mostrava demasiado pacífico. Estranhamente hoje não cantarolava, só um tímido balbuciar quando a viagem se aprestava ao seu término. Era um dia anormal, por isso o punha a pensar. Haveriam assim tantas razões para o equilíbrio? Era óbvio que não. Mas mais do que isso, ele finalmente aceitara-o. Integrara-o de tal maneira que dispensava parte da realidade para prosseguir o seu caminho. Havia finalmente uma forma de ultrapassar o obstáculo, que não necessariamente transpô-lo, talvez contorná-lo, que havia descoberto e que parecia resultar…
Seria possível confundir sentimentos? Havia esse risco, era inevitável, mas a alternativa de passar ao lado, ignorando toda e qualquer possibilidade de realização do sonho, mostrava-se claramente nefasta e prontamente rejeitada pela frieza que o pautava. Parou por momentos e repreendeu-se a si próprio por ser tão calculista. Era um defeito óbvio que não conseguia corrigir e isso irritava-o, mas moderadamente. Esta discreta falha da sua personalidade tinha a vantagem de esclarecer o raciocínio em situações de stress, auxiliando aquela que já era uma crónica incapacidade de decisão. Nem sempre pesar os prós e contras seria o melhor método, bem o sabia, muito menos quando estavam em causa sentimentos, mas era o melhor que conseguia fazer. Escolhia as suas opções em função da racionalidade, ignorando a (pouca) inteligência emocional que possuía, e os resultados estavam à vista. Quando tudo, tudo na sua vida se parecia basear neles, ou na sua falta… Acendeu a televisão. Estava na hora de voltar à sua realidade favorita.
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Thoughts...
Perdido por momentos por entre o sol de Inverno, sentiu fugazmente o sabor da felicidade. Sabia que algo estava incompleto, como se de um puzzle em montagem se tratasse, mas a agradável subtileza com que as outras peças por ora se encaixavam mascarava a perda, permitindo a ilusão satisfatória da plenitude. Há consciências verdadeiramente chatas, de permanente sobreaviso e realismo incómodo, da qual ele sabia ser impossível conseguir fugir. Era tão apenas e só uma questão de tempo. Mas enquanto durasse, o momento dever-se-ia eternizar, aproveitar, engrandecer até ao tutano, de modo que a vida, por entre os seus meandros de causas perdidas, tivesse enfim uma pausa que merecesse ser contemplada.
A importância desmedida das grandes coisas tinha este tipo de consequência, que insistia em ignorar o valor das mais pequenas. Ele sabia que o sonho, ou seu parente próximo, não passava disso mesmo, de um sonho. Não ousava trazê-lo para o plano da realidade, porque os efeitos, a existirem, seriam demasiado maus para que ele pudesse vir a aceitá-los sem se culpar a si próprio por não ter pensado em alternativas. Preferia deitar-se e simplesmente deixar a alma voar, pensar em como seria bom se um dia se concretizasse, sustendo na mente aquela imagem que o aconchegava, do que simplesmente divulgar o segredo, transformá-lo em problema e estragar o que por agora tinha sido atingido. Era demasiado bucólico, ele sabia-o, mas continuava a querer dar valor às pequenas coisas, que o faziam todos os dias um bocadinho mais feliz, em vez de uma realidade cinzentona e agreste, que no fundo, acreditava não merecer. Talvez se enganasse a si próprio, mas que importa, se nunca tivesse dependido dele a opção?...
sábado, janeiro 21, 2006
Só para dizer
que te amo,
nem sempre encontro
o melhor termo,
nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
a lingua inglesa
fica sempre bem
e nunca atraiçoa ninguém.
O teu mundo
está tão perto do meu,
e o que digo está tão longe
como o mar esta do céu.
Só para dizer que te amo,
não sei porquê este embaraço,
que mais parece que só te estimo,
e até um momento em que digo
que não quero e o que sinto por ti
sao coisas confusas.
E até parece que estou a mentir
As palavras custam a sair
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrario do que estou a sentir
O teu Mundo
está tão perto do meu,
e o que digo está tao longe
como o mar esta do céu
E é tão dificil, dizer amor,
é bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite
fiz esta canção
para resolver o meu problema de expressao.
Pra ficar mais perto
Bem mais perto
Fica mais perto
Bem mais perto
Clã - Só para dizer
domingo, janeiro 01, 2006
2005 ou o ataque de um realismo inconsequente
Uma revista do ano?? Terminei o curso, arranjei emprego, o Benfica foi campeão. É no mínimo surpreendente que após 5 minutos de azáfama cerebral me não consiga recordar de algo mais relevante. Estarei a ficar demasiado cinzento ou terão os golos de Mantorras simplesmente bloqueado as minhas sinapses? É por estas que dou valor à procissão de hippies que recentemente invadiu Gaia para a passagem de ano. Pelo menos esses dirão: “2005?? Trabalhei 3 meses, visitei Amsterdão (pela 18.ª vez), Bruxelas e Praga, comprei uma VW de 87 e passei o ano em Portugal com os amigos, conhecidos, uma simpática apresentadora de TV e aquela coisa que comprei em Amsterdão e que me forçará a trabalhar mais 3 meses em 2006 para que possa ir lá pela 19.ª vez…”
Esperemos que 2006 seja bom. Ou pelo menos com mais e melhores momentos passíveis de recordação em 2007. E para que assim na próxima passagem de ano quando me disserem “que o próximo ano seja melhor que este!” eu possa responder não “também acho” mas sim “impossível…”
Momento do dia: o esquilo do Ice Age. Oxalá todas as personagens de comédia do cinema contemporâneo tivessem um terço do talento daquele bicho.